Rio - Sempre que o brasileiro pensa em jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, ele lembra de um churrasquinho, daquela peça de picanha assada com uma bebida gelada. O Brasil no Mundial é sinônimo de festa.
Só que parece que vai ser difícil, justamente quando a competição vai ser disputada por aqui. Não falo do time, mas do tradicional churrasco. Fiz as contas e mesmo em casa, computando um quilo de carne, frango e linguiça, mais uma caixa de cerveja e seis refrigerantes, o custo sai por cerca de R$150.
Quem faz compra no mercado já percebeu que o preço da carne bovina disparou e não se compra mais peça nobre por valor acessível. De acordo com os especialistas, choveu só metade do esperado nos primeiros meses do ano, o que prejudicou a formação das pastagens e parte do gado está sendo mantida confinada e alimentada à base de ração. Com isso, os custos de produção aumentaram até 30%, e foi repassado ao consumidor.
Nunca nenhum brasileiro imaginou que fosse faltar água de chuva no país para gerar energia, encher represas (como a que abastece São Paulo) e agora, para produzir pasto para o gado.
Fiz um levantamento e encontrei 1 quilo de picanha nobre, aquela que já vem pré-cortada no saco plástico e que anuncia na TV, por R$ 37,90. No mesmo supermercado da Zona Oeste, o filé mignon cortado sai a R$ 37,68 o quilo, praticamente o mesmo preço. Se não quiser pagar tão caro, tem contra filé e patinho por R$ 25.
Melhor mesmo, seja na hora da torcida ou no dia a dia é trocar pelo frango, cujo filé de peito custa em torno de R$ 10, o quilo, pela linguiça toscana a R$ 12 ou pelo peixe, que sai por cerca de R$ 15 um quilo de robalo ou pescadinha em postas. A Copa, na cozinha, parece que não vai deixar um bom legado.
Professor de Finanças do Ibmec