Rio - O plano de recuperação judicial da Óleo e Gás Participações (antiga OGX), petroleira fundada e controlada por Eike Batista, foi aprovado ontem em assembleia na bolsa de Valores do Rio. Segundo o advogado da empresa, Sérgio Bermudes, o documento teve a anuência de credores responsáveis por 90,42% dos créditos e que representam 81,59% do total na votação por cabeça. Pela lei, para ser aprovado o plano deveria ter tido a aceitação de pelo menos 50% dos credores, considerando o volume do crédito e o número por cabeça de votos.
De acordo com o plano, a participação de Eike vai cair de 50% para 5% e ele deixará de ser o presidente do Conselho de Administração da empresa. Os atuais credores irão se tornar acionistas, assumindo os negócios. Para começar a vigorar, o plano ainda precisa ser homologado na Justiça, o que está previsto para acontecer entre sete e dez dias próximos.
A petroleira fundada por Eike Batista entrou com pedido de recuperação judicial em outubro do ano passado, após produzir menos do que o esperado e ver o valor de suas ações despencar. É a maior recuperação judicial da América Latina, com dívidas de R$ 11,2 bilhões acumuladas.
Segundo balanço divulgado ontem, a companhia teve lucro líquido de R$213 milhões no primeiro trimestre de 2014, ante prejuízo de R$805 milhões no mesmo período de 2013.
A empresa informou que o campo de Tubarão Martelo, que iniciou atividades em dezembro de 2013, produziu em média 11 mil barris por dia nos três primeiros meses de 2014. Já o campo de Tubarão Azul, que retornou suas atividades em fevereiro, produziu uma média diária de 4,2 mil barris.
