Rio - Uma “superprioridade”. Essa foi a expressão usada pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, para dimensionar a importância dos investimentos em infraestrutura para o governo. O secretário participou ontem do Fórum Brasil de Infraestrutura, promovido em Brasília, pelo jornal ‘Brasil Econômico’. Segundo ele, o governo estima que, neste ano, os investimentos no setor, somados valores realizados e contratados, chegarão a R$ 265 bilhões. No biênio 2011-2013, R$ 153 bilhões foram aplicados em portos, aeroportos, energia, petróleo e gás, rodovias e telecomunicações.
Recursos, há. Foi o que deixaram claro José Carlos Medaglia Filho, vice-presidente de Governo da Caixa Econômica Federal, e Guilherme Lacerda, diretor de Infraestrutura Social do BNDES, que participaram do evento. Segundo Medaglia, em 2014, a Caixa emprestará R$ 32 bilhões ao setor. Para 2015, serão mais R$ 38 bilhões.
Mas há obstáculos a superar. O ex-ministro de Minas e Energia e presidente-executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada, Rodolpho Tourinho, apontou que os processos de desapropriação de terras e de concessão de licenças ambientais causam atrasos, encarecem obras e levam a questionamentos dos órgãos de controle.
O sindicato sugere mudanças legais para simplificar a burocracia e Tourinho defende a presença maior dos bancos privados no financiamento a grandes obras. Holland enfatizou que os investimentos na área têm grande capacidade de alavancar o crescimento econômico do país. “Para cada R$ 1 investido em infraestrutura, outros R$ 3 são gerados em negócios, no desenvolvimento de serviços financeiros e não financeiros”, afirmou.
O secretário destacou que os leilões de concessões de infraestrutura em logística têm sido bem-sucedidos porque são projetos atrativos e rentáveis. Segundo ele, há uma combinação favorável de força no mercado de trabalho, juntamente com queda na inadimplência e nas taxas inflacionárias, que ajudarão na recuperação da confiança de empresários e na promoção de investimentos ao longo do ano.