Por bferreira

Rio - As escolas privadas do país investem cada vez mais na modalidade de seguro educacional para reduzir a inadimplência. Este tipo de mercado cresceu 114,25% nos quatro primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2013. O dado faz parte do último levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) sobre o setor, que movimentou R$14,3 milhões de janeiro a abril, em venda do serviço para as redes de ensino particulares, contra R$6,6 milhões do ano passado.

Júlio César%2C pai de João César%2C diz que vai aderir ao seguro assim que a escola oferecer o produtoUanderson Fernandes / Agência O Dia

Assim como o seguro de vida, o educacional cobre desemprego, morte ou invalidez permanente por acidente ou doença do pai ou responsável pelo aluno. A modalidade garante o pagamento das mensalidades escolares. O produto é aplicado desde o Ensino Básico até o Superior.

RIO DE JANEIRO

A Fenaprevi não tem dados regionais fechados sobre a participação das escolas do Estado do Rio de Janeiro. Entretanto, a federação diz que o crescimento do seguro está distribuído entre as principais capitais do país, entre elas o Rio.

Anna Lydia Collares, presidenta do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado do Rio de Janeiro (Sinepe-RJ) diz que a adesão é maior nas escolas com alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e também do Nível Médio.

“Como nas instituições de Educação Infantil, que vai da creche até os primeiros anos do Nível Fundamental, os pais estão mais presentes nas escolas, a proximidade cria relação maior de confiança com os donos das instituições”, avaliou a presidenta do sindicato.

De acordo com Osvaldo Nascimento, presidente da Fenaprevi, só em abril deste ano as seguradoras em todo o Brasil negociaram R$3,3 milhões em contratos de seguro educacional. Uma alta de 78,99% em comparação ao mesmo mês de 2013 que foi de R$ 1,89 milhões.

“É um seguro que atende tanto a necessidade do trabalhador formal quanto a do profissional liberal. Assim, caso se encontrem em algum estado de incapacidade temporária, que os impeça de obter renda, o seguro garante um valor mensal para pagar a escola”, argumentou Nascimento.

Custo de até 3% da parcela mensal

O seguro custa, em média, de 1% a 3% da mensalidade. Valor praticado nos planos coletivos, de acordo com Alexandre Crozato, superintendente executivo de Seguros de Pessoas do grupo BB e Mapfre.
“Apenas 0,01% dos contratos são individuais. Em muitos casos, é a instituição de ensino que banca o seguro para os alunos”, informou.

O comerciante Júlio César Pinto, de 53 anos, pai de João César Andrade, de 5, da Escola Sonho Encantado, que fica no bairro do Cachambi, diz que vai aderir ao seguro assim que a escola oferecer o serviço. “A gente não sabe o dia de amanhã. É melhor se prevenir”, comentou o pai.

Diretora da escola, Mariza de Almeida diz que pretende oferecer o produto em breve. “É um serviço que não traz nenhum prejuízo, só benefícios. Sem falar que é muito barato, cerca de 1% da mensalidade. Aqui os pais pagariam cerca de R$ 6 pelo serviço”, relatou a dona da Sonho Encantado.

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