Por felipe.martins

Rio - A produção industrial brasileira registrou a terceira queda consecutiva, ao ter um recuo de 0,6% em maio, contra o mês anterior. De acordo com informações divulgadas ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador acumula desde janeiro retração de 1,6%.

Governo manterá até dezembro as tarifas reduzidas do IPI para estimular as vendas de veículos novosDivulgação

A principal influência foi a queda da produção de veículos, resultado apresentado pelo terceiro mês seguido. O setor recuou 3,9% e acumula redução de 10,8% no ano. Outras contribuições negativas vieram da menor fabricação de metalurgia (-4,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,0%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-2,1%), móveis (-4,4%) e produtos de borracha e de material plástico (-1,4%).

IMPOSTO ADIADO

Em razão da pressão que o setor automobilístico está exercendo na indústria, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a manutenção, até dezembro, das tarifas reduzidas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis.

Segundo balanço da Associação Nacional da Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de janeiro a maio deste ano, as vendas de automóveis caíram 8,3% em comparação com o mesmo período de 2013. Foi vendido 1,002 milhão de unidades nos primeiros cinco meses do ano, contra 1,092 milhão no mesmo período do ano passado. A produção caiu 14,5% no acumulado desde o início de 2014.

Vendas de carro caem 19% em junho

As vendas de carros continuam a cair. Em junho, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) registrou uma queda de 19,37% nas vendas de carros em junho no comparativo do mesmo mês do ano passado. Incluindo comerciais leves, motos, caminhões e outros veículos, a desaceleração nas vendas é de 16,97%.

A instituição prevê uma retração de vendas de 6,48% para o ano — o maior recuo deve vir do setor de caminhões. “Os resultados estão abaixo das nossas expectativas”, pontua Flávio Meneghetti, presidente da Federação. Embora já considerasse a possibilidade de uma retração nas vendas por conta da Copa do Mundo, o executivo ressalta que mesmo em jogos de outras seleções, as vendas estão prejudicadas. “Entre Copa e Eleições, vamos perder um mês de vendas”, disse.

Para a economista da MB Associados, Tereza Fernandez, “a desaceleração não é de um setor, mas da economia como um todo”.


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