Por felipe.martins

Rio - A projeção de economistas de instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano indica, pela 10ª semana consecutiva, piora, com expectativa de recuo para a indústria. Já o cenário traçado para a inflação mostra mais um pequeno alívio.

Segundo pesquisa Focus, divulgada ontem pelo Banco Central (BC), a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 agora é de 0,86%, contra 0,90% na semana anterior. Em 2013, o PIB — soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante um ano — fechou em 2,5%.

A indústria é um dos setores que mais vêm sendo afetados pela desaceleração da economia brasileiraDivulgação

Um dos principais pesos sobre a economia, o da indústria, indica perspectiva de retração para 1,53%, ante 1,15% o mês anterior. Em junho, a produção industrial brasileira recuou 1,4%, no quarto mês seguido de queda, representando a pior série de perdas desde 2010, de acordo com a pesquisa.

Para 2015, a projeção para o crescimento do PIB feita pelos empresários permaneceu em 1,5%. A estimativa de expansão na indústria brasileira para o ano chega a 1,7%. Já, segundo a pesquisa do Banco Central, a avaliação da inflação indica que a elevação dos preços vem perdendo força há três semanas. Os agentes econômicos consultados na Focus projetam agora a alta do IPCA em 2014 em 6,39%, 0,02% a menos do que na pesquisa anterior.

Assim, a projeção se afasta um pouco do teto da meta de inflação estipulado pelo governo federal, que é de 6,5%. O centro da meta é 4,5%. Depois de o IPCA ter superado o teto em 12 meses em junho, quando ficou em 6,52%, os analistas esperam agora a divulgação dos números de julho na sexta-feira.

Professor de economia do Ibmec-DF, Ricardo Stefani diz ser normal o mercado fazer previsões mais ou menos otimistas. “O empresário é inteligente e nunca irá dizer ao governo que está satisfeito. Sempre vai querer mais”, diz. Mas ele destaca que o mercado está estabilizado e preparado para inflação um pouco maior ou pouco menor até o fim do ano e no próximo, independentemente de quem assumir o governo em janeiro.

Pedidos de falência crescem 23%

Os pedidos de falência no Brasil aumentaram 23,7% em julho em comparação com o mês anterior, com 141 requerimentos, segundo dados divulgados ontem pela Serasa Experian. Frente a julho de 2013, houve alta de 3,7%.

Economistas da entidade informaram que o início do segundo semestre foi marcado por “dificuldades impostas pela atual conjuntura adversa — juros altos, estagnação da economia e elevação de custos — afetando a saúde financeira das empresas.”

Conforme a Serasa, o número de falências decretadas também cresceu em julho, para 63, contra 48 em junho. No ano, houve, porém, queda ante as 69 falências de junho 2013.

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