Por tamara.coimbra

Rio - A população de baixa renda (classes D e E) apresentou uma sensível melhora nos níveis de educação financeira em relação ao ano passado, revelou o Indicador de Educação Financeira (IndEF) 2014, divulgado nesta quinta-feira pela Serasa Experian e pelo Ibope Inteligência.

De uma escala de zero a 10, o grupo com renda familiar de até três salários mínimos aumentou seu desempenho de 5,7 para 5,8 pontos. Em compensação, as classes A e B, com ganhos mensais acima de 10 salários mínimos, reduziram a pontuação de 6,3 para 6,2. A classe C, intermediária, permaneceu estável, com 6 pontos.

Para o economista-chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, a variação contudo ainda é insignificante para representar uma tendência. “Uma oscilação de 0,2 pontos sinalizaria algo mais efetivo. Ainda não pode ser interpretado como uma mudança significativa”.

Os jovens de até 24 anos e idosos acima de 65 apresentaram queda no grau de conhecimento e controle das próprias finanças. Jovens de 16 a 17 anos reduziram seu desempenho de 5,9 para 5,5 pontos. Brasileiros que têm entre 18 e 24 anos também caíram na comparação com 2013, de 5,9 para 5,8.

Para as pessoas acima de 65 anos, a pontuação escorregou de 6,2 para 6,1 — ainda assim, a faixa etária tem um dos melhores desempenhos do indicador. O estudo também apontou que, quanto maior a idade, maior o nível de educação financeira do brasileiro. Os jovens de até 24 anos, por exemplo, apresentaram o pior resultado.

"Quando a discussão sobre dinheiro é levada para dentro de casa, envolvendo outras pessoas da família, a educação financeira tende a ser melhor. Quem delega decisões financeiras a terceiros apresenta um desempenho menor", comenta o economista-chefe da Serasa, Luiz Rabi.

A nota média do brasileiro este ano foi 6, igual ao ano anterior. Metade (50%) dos entrevistados não alcançaram uma pontuação maior. “É com este grupo que precisamos nos preocupar e agir para que essa tendência se reverta”, afirma a diretora de atendimento e planejamento do Ibope Inteligência, Silvia Cervellini.

Tanto homens quanto mulheres apresentaram praticamente o mesmo desempenho. No entanto, em relação a 2013, houve uma ligeira piora nos indicadores dos homens e melhora no quesito atitude das mulheres — de 6,2 para 6,3 pontos.

O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades de todos os Estados brasileiros, no primeiro trimestre de 2014. Esta é a segunda edição do estudo, que avalia variáveis com pesos diferentes: atitude (a relação com o dinheiro), conhecimento (entendimento de conceitos financeiros) e comportamento (ações relacionadas às finanças).

"O comportamento é o entrave que puxa para baixo a nota da educação financeira, enquanto atitude e conhecimento são mais elevados", observa Rabi, da Serasa.

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