Por bferreira

Rio - A francesa Vivendi informou ontem que vai entrar em negociações exclusivas com a Telefónica para a venda de sua unidade brasileira da GVT. A espanhola fez uma oferta maior do que a da Telecom Italia, para assegurar que ganhará a disputa pela provedora de banda larga e TV paga. Assim, pretende unir a sua empresa brasileira, sob a marca Vivo, líder em telefonia móvel.

Para a Vivendi, a negociação da GVT ocorre após uma reformulação tumultuada de dois anos em que vendeu três empresas de telecomunicações e seu negócio de videogame. Objetivo era reduzir sua dívida e se concentrar mais em mídia e conteúdo.

A francesa receberá 4,66 bilhões de euros (R$ 13,8 bilhões) em dinheiro da Telefónica, o que é uma elevação da parte dos recursos de uma oferta anterior apresentado pela espanhola para enfrentar a proposta da Telecom Italia.

Além da parte em dinheiro, a espanhola dará à Vivendi uma participação de 12% na companhia brasileira combinada, dos quais cerca de um terço pode ser trocado por uma participação de 5,7% na Telecom Italia se Vivendi assim desejar. “A oferta da Telefónica se ajusta melhor aos objetivos estratégicos e financeiros do grupo”, informou por meio de nota a Vivendi.

“A Vivendi começa uma nova fase em seu desenvolvimento para se tornar um grupo industrial integrado focada em mídia e conteúdo”, destaca o comunicado.

O magnata francês Vincent Bolloré, maior acionista da Vivendi, liderou as negociações com a Telefónica e com a Telecom Italia, nas últimas semanas, em seu primeiro grande movimento estratégico desde que assumiu como presidente executivo da companhia, em junho.

A oferta da Telecom Italia, também em dinheiro e ações, atribuía à GVT um valor de 7 bilhões de euros (R$20,7 bilhões), incluindo o pagamento de 1,7 bilhão de euros (R$ 5,03 bilhões) em dinheiro, uma participação de 16% na italiana e uma fatia de 15% na empresa brasileira, resultante da união da TIM Participações e GVT. A Telecom Italia precisava da GVT para fortalecer a operadora TIM e evitar ser alvo de potencial compra pela Oi. Caso isso ocorra, a TIM pode ser dividida entre si, América Móvil e Telefónica.

A desaceleração do crescimento do mercado de telefonia móvel no país força os principais competidores na região a perseguir clientes que gerem maior valor através de serviços de televisão por assinatura e de banda larga, setores nos quais a GVT foi pioneira no Brasil, mercado que é um grande gerador de receita tanto para Telefónica quanto para Telecom Italia.

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