Por bferreira

Rio - Dentre os três principais candidatos à presidência da República, qual deles têm a melhor proposta para a economia? Trata-se de uma pergunta que aflige boa parte da imprensa, do mercado financeiro e dos eleitores. Li as propostas e, com toda a franqueza, se qualquer um deles que se eleger conseguir cumprir metade do que se propõe a fazer teremos um milagre econômico nos próximos quatro anos.

Por essas e outras, boa parte dos votos em nossa democracia não é depositada em partidos ou em programas. Poucos são os que de fato acreditam neles. Em nome da governabilidade, o eleito faz acordos com grupos políticos derrotados para construir bloco de sustentação no poder.

As boas intenções se perdem e se colhe somente o que é possível, sobre o que há consenso, que sempre é muito menor do que o que foi prometido.

Na economia essa história se repete. Veja a Reforma Tributária que sempre é uma bandeira de campanha que atrai votos, com a promessa de diminuir a carga tributária sobre o trabalhador. Foi meta dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva e do atual mandato de Dilma Rousseff.

Fizeram mexidinha aqui e acolá, mas a reforma para valer não saiu da boa intenção. Por isso tudo, de fato, é muito difícil acreditar em programas, mais ainda no econômico. Eu prefiro analisar quem são os “gurus” que assessoram os candidatos, ler o que já escreveram e o que dizem. Assim, tentar projetar o quanto será possível fazer, caso cheguem ao poder.

Com esse olhar, pode-se dizer que Dilma Rousseff, caso reeleita, terá que mudar a lógica atual de intervencionismo estatal setorial que não deu certo, o que deve estar a cargo de Marcio Pochamann e Luciano Coutinho. A candidata Marina Silva, com a assessoria de André Lara Resende e Alexandre Rands, assim como Aécio Neves, com o apoio de Armínio Fraga e Gustavo Franco, têm propostas mais liberais que agradam mais ao empresariado.

Trocando em miúdos é difícil piorar mais a situação econômica atual e os três candidatos têm assessorias com competências para melhorar, alguns mais, outros menos, mas nunca tudo que está nos programas.

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

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