São Paulo - O Banco Santander anunciou ontem em comunicado enviado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que fará no dia 30 de outubro a oferta para adquirir os 24,7% que não controla da filial brasileira,tornando-se 100% espanhol no Brasil. A instituição deixou em aberto o período para que os acionistas minoritários do Santander Brasil aceitem a oferta, que é voluntária.
Na segunda-feira, a junta da instituição aprovou uma ampliação de capital no valor de R$ 13,8 bilhões para a operação que havia sido anunciada em abril. O Santander Brasil é o quarto maior banco no país, sendo a filial que mais gera lucro às contas ao grupo espanhol. Aqui são cerca de 27,3 milhões de clientes.
Entre janeiro e junho, o Santander obteve no Brasil um lucro líquido no valor de R$ 2,3 bilhões, 17,5% a menos que no ano anterior, devido à desvalorização do real em relação ao dólar, segundo o balanço recente.
ANA BOTÍN NO COMANDO
O Brasil, ao lado do Reino Unido, é um dos motores dos resultados do banco e um dos dez mercados nos quais o Santander conta com uma presença significativa em nível mundial.
No início da semana ao anunciar os planos do Santander em sua primeira aparição pública como presidenta do Conselho do banco, Ana Botín protagonizou um discurso emotivo ao defender o legado de seu pai, apostando em continuar com a estratégia de diversificação do grupo e priorizando a política de dividendos.
“Em seus cerca de 30 anos na presidência do banco, ele colocou o Santander como primeira entidade da zona do euro e um dos primeiros 10 bancos do mundo em capitalização de mercado”, disse Ana em tributo ao seu pai, Emilio Botín, falecido no início do mês.
Diante de reservas expressadas por parte de alguns investidores quanto ao fato de o banco seguir comandado por um membro da família pela quarta geração, ela se limitou a dizer que foi nomeada a partir de uma “proposta em linha com os mais altos padrões de governança corporativa.”
Recentemente o banco se envolveu numa polêmica ao emitir a clientes mais ricos previsões pessimistas em relação à possível reeleição da presidenta Dilma. Após o vazamento da informação, o banco se desculpou.