Rio - Buscar novos talentos profissionais e divulgar o empreendimento nas redes sociais são hábitos cada vez mais comuns e têm obrigado candidatos e empresários a procurar conhecer os melhores hábitos para atrair novo emprego e aumentar a renda. Segundo a Great Place to Work Institute (GPTW), consultoria de empresas, oito em cada 10 principais empregadores usam as ferramentas virtuais para contratar funcionários. E, de acordo com o Sebrae, uma em cada três pequenas empresas no país tem uma página no Facebook.
Diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Débora Nascimento afirma que a contratação por meio das redes sociais é uma realidade e que há empresas que, além de avaliar o comportamento do candidato pela internet, também fazem as entrevistas por videoconferência, em programas como o Skype.
“As ferramentas virtuais agilizam o processo seletivo. É claro que antes do resultado final há a entrevista pessoal, mas só o fato de as demais etapas serem pelo computador, isso já é ganho de tempo enorme para as empresas e os candidatos também”, diz.
A gerente de RH e desenvolvimento da Rexam na América do Sul, Ana Cláudia Assumpção, conta que começou a procurar profissionais no Linkedin em dezembro passado e, desde então, a empresa economizou R$ 200 mil ao deixar de contratar serviços de consultorias externas.
“Recebemos, em média, 100 currículos por vaga. Muitos conseguimos aproveitar para dar continuidade ao processo seletivo. A vantagem é a agilidade que a tecnologia nos oferece, mas usamos com moderação”, explica.
Presidente do Sebrae, Luiz Barretto lembra que o Facebook tem um bilhão de usuários e que isso promove grande visibilidade para qualquer empresa: “É mais uma ferramenta para se atingir o público alvo, e um pequeno negócio não pode perder essa oportunidade de estar online, onde seu cliente se encontra, de estreitar o relacionamento e de abrir um canal alternativo de comunicação.”
Ele cita que, recentemente, o Sebrae criou, em parceria com o Facebook, treinamento online gratuito em formato de jogo que representa oportunidade de inclusão dos pequenos negócios nas redes sociais. O principal objetivo da ação é estimular o empreendedor a criar página do seu negócio no Facebook e, com isso, ampliar as possibilidades de sucesso do empreendimento. O treinamento exige apenas que o interessado possua um perfil nessa rede social.
Desenvolvedor web da VaiMoto, Fernando Araújo, 34 anos, diz que se preocupa em manter o perfil do Linkedin atualizado, principalmente, após ter recebido convite para processo seletivo. “Nunca sabemos quem pode visitar o nosso perfil. Eu tomo muito cuidado com perfis pessoais, pois sei que recrutadores olham.”
Retrato da nova safra de empreendedores, Marcos Klein, 24, sócio da Primetime, empresa de eventos e produção audiovisual, diz que trabalha pelo menos 10 horas por dia para produzir anúncios, analisar as postagens e interagir com os usuários das redes sociais: “Tivemos a ideia de registrar em uma web série os bastidores do dia a dia do nosso trabalho e, com isso, acabamos atraindo clientes e pessoas interessadas em trabalhar na nossa equipe.”
A especialista em Marketing Digital e Mídias Sociais Patrícia Andrade Ladeira explica que a rede social é o caminho mais fácil e barato de interagir com o cliente, contudo, não é simples. “Não basta criar páginas no Facebook ou perfil em outras ferramentas. É necessário cuidar do conteúdo e verificar como os usuários de posicionam em relação à marca”. Segundo ela, o ideal é fazer três posts por dia, para compartilhar experiências com públicos diferentes.
Os passos corretos para ser fisgado
Se o perfil no Facebook for aberto ao público, o ideal é tomar cuidado com os posts, álbum de fotos e páginas que curte, orienta Giovani Falcão, gestor de projetos e carreiras da Top Quality. Segundo ele, é importante ficar atento com a Língua Portuguesa. “Escrever errado é um tiro no pé.”
Diretora de operação da Avance RH, Sonia Nakabara explica que o candidato também pode “montar” um perfil, demonstrando interesse por meio de posts bem pensados, compartilhando desde o interesse por cultura, momentos em família e hobbies interessantes.
Deixar os links dos perfis no Facebook também é um ponto positivo, aponta Marcos Antônio da Silva, coordenador de Recursos Humanos da Crowe Horwath: “Isso demonstra transparência.”
A franqueada da Não + Pelo da Barra da Tijuca, Janete Cozer, 36 anos, destaca que é importante o funcionário ter cuidado com as ações no Facebook: “Já demiti uma funcionária que disse que estava com sério problema na coluna. Ela não trabalhou por uma semana e quando entrei no perfil dela no Facebook, ela estava em um rodeio.”
O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, orienta ser primordial que a empresa dê resposta a todos os questionamentos de seus clientes e demonstre interesse em receber sugestões, comentários e críticas.Dicas em www.sebrae.com.br.