São Paulo - O Brasil terá mais ricos nos próximos cinco anos. Previsão divulgada ontem e que faz parte do relatório “Global Wealth Report”, do banco Credit Suisse, mostra que a quantidade de pessoas ricas subirá 47,5% até 2019. O número saltará de 225 mil este ano para 332 mil, ou seja 107 mil a mais.
No mundo, o aumento será pouco superior, de 53%, passando de 34,8 milhões a 53,1 milhões. Na China, a evolução deve ser de 94%, enquanto a América do Norte terá crescimento mais modesto, de 38%. Segundo o estudo, 296 mil brasileiros estão entre a parcela 1% mais rica do planeta, de modo que a desigualdade de renda, embora tenha caído substancialmente no país, continua relativamente alta, como mostra o coeficiente de Gini, em 82%.
Além da renda, diz o relatório do Credit Suisse, o percentual reflete “o padrão desigual de educação entre a população e a divisão entre setores formal e informal da economia”. Contabilizada em dólares, a riqueza das famílias triplicou entre o ano 2000 e 2014, de US$ 7,9 mil (R$18,96 mil) para US$ 23,4 mil (R$56,16 mil) por adulto. “A riqueza atual está bem acima do nível alcançado antes da crise global de 2007, mostrando média anual de crescimento de 8,4%. Contudo, o crescimento desacelerou nos últimos anos e tem média de 1% na moeda doméstica de 2001 para 2014”, diz o relatório.
Assim como em outros países da América Latina, mais brasileiros ingressaram na faixa de riqueza entre US$ 10 mil (R$ 24 mil) a US$ 100 mil (R$ 240 mil) em relação ao resto do mundo. Entre os super-ricos, cuja fortuna extrapola US$ 50 milhões (R$ 120 milhões), o Brasil tem 1,9 mil pessoas nesta condição, enquanto que, no mundo, 128 mil indivíduos se enquadram nesta categoria.