Por felipe.martins

Rio -  A maioria dos idosos brasileiros, com mais de 60 anos, não fez pé de meia ao longo da vida para ter uma poupança a fim de cobrir qualquer eventualidade na aposentadoria. A revelação é feita por pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e o portal de educação financeira Meu Bolso Feliz. O levantamento que trata da atividade econômica na Terceira Idade mostra que 57% dos consumidores nesta faixa etária não possuem reserva financeira ou investimentos. Foram entrevistadas 632 pessoas com esse perfil em todas as capitais do país.

“A situação é ainda mais comum entre pessoal com baixa escolaridade e os pertencentes às classes D e E”, afirma a economista do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

A especialista defende que fazer reserva financeira seria essencial, principalmente na Terceira Idade. Segundo ela, é o momento em que a pessoa precisa ter boa poupança para lidar com imprevistos de saúde, despesas de remédios e itens básicos do mês que não puderam ser comprados com a aposentadoria. “E, é claro, aproveitar os prazeres dessa fase da vida”, orienta.

Segundo especialista%2C idosos devem poupar para aproveitar a vidaDivulgação

Conforme os dados do estudo, a preocupação com os familiares e amigos é um dos principais motivos para os consumidores com mais de 60 anos não conseguirem fazer o pé de meia. O levantamento constatou que quase metade dos idosos entrevistados (47%) garante que pensa no futuro da família e deixa de fazer o que gostaria para manter a reserva financeira.

O estudo também abordou os entrevistados sobre maneiras para controlar as finanças. Neste quesito, 38% afirmam fazer anotações no papel ou planilhas eletrônicas. Por outro lado, 40% garantem que elaboram tudo de cabeça e outros 14% admitem não manter controle algum sobre as próprias finanças. Ainda assim, no geral, 74% dizem não perder mais o controle de seu orçamento do que há alguns anos.

Três em cada dez com nome sujo

As dívidas em atraso, segundo dados do estudo, são uma realidade presente na vida dos consumidores idosos: três em cada dez (32%) já tiveram o nome incluído em serviços de proteção ao crédito somente no último ano. E de acordo com estimativas do SPC Brasil, o número de inadimplentes já chega a quatro milhões de pessoas, o que representa cerca de 25% da população acima de 60 anos.

“A média nacional de crescimento de pessoas inadimplentes nas bases do SPC Brasil atualmente é de 3,8%. Quando consideramos só a população entre 64 e 94 anos, o crescimento é de 7,5%, bem acima da média”, afirma Kawauti.

Curiosamente, a pesquisa aponta que a causa mais comum para os idosos terem o nome negativado é ajudar pessoas próximas. Dois em cada dez idosos, que tiveram o nome sujo, não puderam pagar suas contas porque emprestaram o nome para financiar compras e pegar empréstimos para amigos e parentes.

Ainda de acordo com o estudo, a segunda causa mais comum para o endividamento dos idosos, com 19% das respostas, é o mau planejamento financeiro, seguido de problemas de saúde (11%), descontrole dos gastos (8%) e de cobranças indevidas (6%).


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