Por bferreira
Rio - O ajuste monetário e fiscal, o dólar em alta e o reajuste de tarifas de energia elétrica serão os grandes vilões da inflação em 2015 e devem puxar para cima o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pela primeira vez, os economista ouvidos pelo Banco Central para o Boletim Focus apontaram que o indicador fechará acima do teto da meta (6,5%), em 6,54% no ano que vem. Mais pessimistas, consumidores entrevistados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) também acreditam em inflação mais alta, em 7,4%.
Embora os desafios sejam grandes e o cenário econômico nebuloso, o economista da Associação Comercial de São Paulo, Emílio Alfieri, aposta em controle forte dos preços pelo governo, e que devem seguir a mesma tendência de alta deste ano, mas sem estouro.
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“A inflação vai trabalhar em seu limite superior, mas não a vejo saindo do controle, de 6,5%”, afirma Alfieri.
Para o economista, o mercado e os consumidores repercutem, em parte, temor de que a inflação no primeiro trimestre estouro por conta do reajuste das tarifas de energia elétrica, o que, para ele, deve ser aplicado de forma moderada e de acordo com o que o cenário externo apresentar.
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O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, da FGV, mostrou que a inflação prevista pelos brasileiros para os próximos 12 meses ficou em 7,4% em dezembro, após registrar 7,5% no mês anterior. Este é o maior patamar projetado para dezembro dos últimos nove anos, segundo a série histórica da FGV.
Embora as expectativas dos brasileiros ainda estejam bem elevadas, o economista da FGV/Ibre, Pedro Guilherme Costa, aponta que caiu o percentual de entrevistados que projetam inflação superior a 8%, o que indica leve melhora da confiança da população na condução da economia.
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Para este ano, os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central na semana passada acreditam que a inflação fechará o ano em 6,38%. A projeção está abaixo do que apontou o IPCA-15, prévia da inflação oficial divulgada na sexta-feira pelo IBGE. O indicador, que avançou para 0,79% em dezembro, registrou no acumulado do ano alta de 6,46%.