Por tamara.coimbra
Rio - O mercado financeiro espera elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para esta terça e quarta-feira. A informação está no boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, pelo Banco Central.
A previsão do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas produzidas por um país em um determinado períodos, foi reduzida de 0,40% para 0,38% em 2015. Para 2016, a expectativa do mercado é de um PIB de alta de 1,80%. A estimativa para o preço do dólar se manteve estável, em R$ 2,80, neste ano.
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A taxa básica está em 11,75% ao ano. Com o ajuste previsto pelo mercado, ficaria em 12,25% ao ano pelos próximos 45 dias.
Ao fim de 2015, a expectativa do mercado é que a Selic chegue a 12,5% ao ano. Na última reunião de 2014, o Copom intensificou o aperto monetário, com elevação de 0,5 ponto percentual na Selic. No encontro anterior, em outubro, o aumento havia sido de 0,25 ponto percentual.
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Apesar da intensificação e das previsões do mercado, o BC sinalizou que pretende ter cautela com os juros. A ata da reunião de dezembro do Copom destaca que “a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação persistam”, mas salienta que “o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia”. A reunião do Copom dura dois dias, com anúncio da nova Selic na quarta-feira.
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. O centro da meta corresponde a 4,5%, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. O BC espera levar a inflação ao centro em 2016. A estimativa do Focus para o IPCA se manteve em 6,66% em 2015.
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Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida. Isso gera reflexos nos preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O saldo da balança comercial continuou em US$ 5 bilhões. Os investimentos estrangeiros foram estimados em US$ 58,2 bilhões contra US$ 60 bilhões das projeções anteriores. A previsão de crescimento da produção industrial caiu de 1,02% para 0,71%.
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O Focus é uma pesquisa semanal do Banco Central, e as estimativas divulgadas hoje são avaliações feitas por instituições financeiras na semana passada.