Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - O euro teve alta de 0,31% nesta segunda-feira em relação ao dólar, após atingir na sexta-feira a pior cotação dos últimos 11 anos. A moeda, que encerrou a segunda valendo US$ 1,16, havia atingido o valor de US$ 1,14 no fim da semana passada, superando os US$ 1,15 registrados em novembro de 2003. No Brasil, o euro fechou cotado a R$ 3,08. Para quem pretende viajar à Europa, o momento é de começar a comprar moeda, mas também aguardar novas quedas.
Economista da Simplific Pavarini e professor de Economia do Ibmec-RJ, Alexandre Espírito Santo explica que os juros muito baixos e os problemas econômicos e políticos de países como Grécia e Espanha influenciaram o resultado no câmbio.
Publicidade
“O Banco Central Europeu (BCE) vem adiando qualquer iniciativa no sentido de aumentar a taxa de juros. Isso faz com que o investidor não se sinta atraído a aplicar a moeda, pois não terá rendimentos”, afirma.
Por esse mesmo motivo, as bolsas europeias iniciaram a semana em alta. “Com os juros baixos, as bolsas não têm concorrentes e acabam se beneficiando”, avalia Espírito Santo. Esse cenário pode mudar se o BCE corresponder às expectativas do mercado e comprar ativos para injetar dinheiro na economia.
Quem pretende viajar para a Europa deve começar a comprar euroEfe

Investidores aguardam também os resultados das eleições na Grécia, daqui a cinco dias, e da Espanha, no fim do ano. Presidente do BCE, Mario Draghi afirmou recentemente que “de qualquer perspectiva política, a Europa está mal este ano”. Para Espírito Santo, há grandes chances de o euro cair ainda mais: “Quem vai viajar no meio do ano, por exemplo, pode comprar a moeda aos poucos. A possibilidade de comprar mais barato no mês que vem é maior”.

Enquanto isso, o dólar operou em alta de 1,33% em relação ao real, mesmo em um dia de liquidez reduzida, em função do feriado nos Estados Unidos em homenagem a Martin Luther King Jr. A moeda norte-americana fechou a R$ 2,65.
Publicidade
O resultado foi influenciado por expectativas de mais estímulos econômicos na zona do euro e maior rigor fiscal no Brasil. Na reta final do pregão, a alta foi acentuada com temores de racionamento de energia elétrica na Região Sudeste, após cortes no fornecimento.
O problema também impactou a Bolsa de Valores de São Paulo, que teve queda de 2,57% no Ibovespa, aos 47.758 pontos, puxada pelas ações do setor elétrico.
Publicidade