Espírito Santo - A Agência Nacional do Petróleo (ANP) exigiu da Petrobras que aumentasse a capacidade de produção do navio-plataforma Cidade de São Mateus, onde uma explosão na quarta-feira deixou pelo menos cinco mortos e 26 feridos. O pedido ocorreu poucos dias antes do acidente. O órgão regulador cobrou que a Petrobras fizesse estudos para reduzir a capacidade ociosa do navio-plataforma, que produz prioritariamente gás.
A determinação de aumentar a produção foi colocada como condição para a aprovação do Plano de Desenvolvimento dos campos de Camarupim e Camarupim Norte, onde fica o navio-plataforma.
A unidade opera a cerca de 40 km da costa e produz pelo menos 2,25 milhões de metros cúbicos por dia de gás, principal produto da área, e mais 350 metros cúbicos de petróleo por dia.
A produção de petróleo da plataforma era equivalente a menos de 10% de sua capacidade de extração, e a de gás natural estava um quarto menor de seu limite. Mesmo assim, a produção de gás natural ainda era relevante, de aproximadamente 3 % da produção total da Petrobras no Brasil.
INTERDIÇÃO
Ontem, a ANP interditou ontem o Cidade de São Mateus. O órgão regulador enviou uma notificação à Petrobras, que também determina que a companhia apresente documentos que serão usados na investigação e que não faça alterações na área em que ocorreu a explosão, “a não ser que haja necessidade crítica de estabilização estrutural” do navio.
Ontem, 17 pessoas estavam a bordo da embarcação, entre eles bombeiros, especialistas em salvamento e funcionários da empresa holandesa BW Offshore, que opera a plataforma. Até o fechamento desta edição, quatro pessoas continuavam desaparecidas.
Ontem também, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar as causas do acidente, com prazo de 30 dias para conclusão. Serão investigados os crimes de homicídio ou incêndio qualificado.