Rio - Em conversa com empresários nesta segunda-feira em São Paulo, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, admitiu que a economia do país “deu uma escorregadazinha” em 2014, mas manteve o discurso otimista para 2016. Durante evento na Câmara de Comércio França-Brasil, ele afirmou que o ambiente para investimentos no país atualmente é seguro e que o governo está atento às necessidades do setor privado.
“Não há nada de problemático na economia brasileira. Ainda há inúmeras vantagens no país, como nosso capital humano. Temos certeza de que temos condições de fazer essa reengenharia da nossa economia sem grande dificuldade. No ano passado, o governo fez alguns ajustes em programas de transferência, e atacou situações em que havia distorções para garantir sua efetividade conhecida pela população”, afirmou Levy, fazendo referência às mudanças nos programas de seguro desemprego e pensões.
Na avaliação do ministro, o governo tem vontade e meios para fazer os ajustes necessários para “responder ao novo ambiente global” e promover um novo ciclo de crescimento: “um crescimento baseado no nosso capital humano e na nossa capacidade de poupança”, destacou ele.
Para Levy, o Brasil está mais competitivo hoje que no passado, mas é fundamental que se fortaleça a parte fiscal. “A curva longa dos juros tem sido declinante. Demos uma escorregadazinha (em 2014), mas nosso comprometimento fiscal vai permitir a queda de juros”, disse.
Além disso, o titular da Fazenda garantiu que o país tem fatores importantes para investimentos a longo prazo. “No Brasil, às vezes, a gente demora um pouquinho para fazer certas coisas, mas raramente há retrocessos. Acho que, para quem investe em longo prazo, isso é o mais importante”, explicou o ministro, que acrescentou: “A gente tem segurança e é um país estável, que tem capacidade de adaptação”.
No evento, Levy garantiu ainda que o governo está atento às necessidades do setor privado, para que a economia retome seu crescimento. “A gente tem que ir mais além, se inserir mais na cadeia de produção, assim como as companhias brasileiras. Para isso, é preciso haver disposição das empresas do próprio governo, entender o que é necessário para que a economia brasileira seja mais competitiva e volte a crescer”, avaliou o ministro.
De acordo com ele, a economia do país se baseia em três pilares: responsabilidade fiscal e monetária, proteção social e empreendedorismo, que têm se mantido ao longo dos últimos anos. Entre os compromissos e objetivos, Levy cita a melhora de treinamento técnico e superior, além de aumento da oferta de trabalho.