Bahia - As ações da Petrobras voltaram a despencar na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). A movimentação dos investidores foi reflexo do rebaixamento na nota de crédito da empresa feito pela agência Moody’s na terça-feira. As ações preferenciais caíram 4,67%, a R$9,40, enquanto as ordinárias recuaram 4,52%, a R$ 9,30.
A presidenta Dilma Rousseff saiu em defesa da petrolífera, alegando “desconhecimento” das agências de classificação de risco. “Acho que é uma falta de conhecimento direito do que está acontecendo na Petrobras. Não tenho dúvida que a Petrobras vai ser uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências”, afirmou a presidenta, durante um evento ontem em Feira de Santana, na Bahia.
Na terça-feira, a Moody’s rebaixou a Petrobras da categoria “grau de investimento” para “grau especulativo”. A medida significa que as ações deixaram de ser consideradas uma aplicação segura pela agência, com risco de calote. A Moody’s foi a primeira entre as três principais agências de classificação a colocar a Petrobras no grau especulativo. É possível que a Fitch e a Standard & Poor’s adotem medidas semelhantes.
“Há fundos de pensão norte-americanos que exigem que as ações sejam aprovadas por pelo menos duas agências. Se elas também rebaixarem a Petrobras, esses fundos serão obrigados a vender ações da empresa”, afirma o economista Alexandre Espírito Santo, da gestora de recursos Simplific Pavarini.
Ele afirma que é essencial que a estatal divulgue seu balanço financeiro auditado para começar a retomar sua credibilidade. A publicação do documento está prevista até o fim de maio.
“É uma situação complexa, mas é necessário que se agilize essa publicação. A gente não sabe o real valor da empresa enquanto não vierem números confiáveis”, afirma Espírito Santo.
Estatal informa que tenta divulgar resultados de 2014
Em resposta à revisão do nível de risco, a Petrobras informou ontem, em nota, que tenta divulgar seus resultados financeiros de 2014 o mais brevemente possível e que estuda medidas para preservar seu caixa.
“A companhia está revisando seu planejamento financeiro e entende que deverá ser necessário reduzir seus investimentos, elevar os desinvestimentos, assim como estudar outras possibilidades de financiamento e de incremento do fluxo de caixa”, divulgou.
Apesar da forte queda dos papéis da companhia ontem, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caiu levemente. O pregão foi fechado em baixa de 0,12% ontem, a 51.811 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 8,8 bilhões.
Já o dólar teve alta de 1,22%, a R$ 2,8681 na venda. A alta praticamente anulou a movimentação da terça -feira, quando a moeda tinha subido 1,5%.
Na ponta dos ganhos, a Estácio, empresa da área de educação, registrou a maior alta, de 5,57%, com ações do tipo ON NM cotadas a R$ 22,54. As companhias do setor tiveram ganhos, depois que o governo federal cedeu em relação a demandas relativas ao programa de financiamento Fies.