Por bferreira

Rio - São diversas as medidas de austeridade fiscal de que o governo dispõe; em crises significativas como esta, espera-se sacrifício de todos — mas, observando a máxima de “dar o frio conforme o cobertor”, deve-se observar o tempo todo as prerrogativas de isonomia. Não era o que estava acontecendo com o Imposto de Renda. Felizmente, o governo recuou e parece ter chegado a acordo com o Congresso. Se não é a solução ideal para o impasse, é com certeza uma menos injusta.

Como se explica a seguir: nos últimos meses travou-se batalha acerca da correção da faixa de renda a partir da qual se cobra imposto. Dentro do pacote fiscal defendido pelo governo, ajustaria-se esse piso em 4,5%, muito abaixo da inflação de 6,5% apurada no ano passado — e certamente bastante aquém da que deverá incidir sobre os preços este ano. Na prática, o Planalto abria ainda mais a bocarra do Leão, prejudicando multidão de trabalhadores e inativos.

Antes da rebeldiado Congresso, que nem sequer quis votar a MP que baixava o “pacote de maldades”, o governo se mostrava irredutível. Agora, fechou reajuste escalonado, que prevê os 6,5% a quem ganha menos e mantém os 4,5% inicialmente propostos para grandes vencimentos.

Mais uma vez, é importante que todos os brasileiros tenham ciência deste momento sensível da economia e se preparem para restrições. Mas não é justo que só uma parcela arque com essa conta, sem chance de defesa. Felizmente, isso foi revisto.

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