Por bferreira

Rio - O governo federal anunciou ontem mudanças para facilitar o investimento nos títulos do Tesouro Nacional. O objetivo é atrair pequenos investidores com vantagens como rendimentos mais altos que os da caderneta de poupança. A partir do dia 30, será possível vender os papéis diariamente — antes as operações só eram permitidas às quartas-feiras. Além disso, os títulos ganharam nomes mais atrativos, e o site se tornou mais didático.

Especialista em investimentos do Banco Ourinvest, Mauro Calil avalia que as mudanças foram positivas. “Agora, não vejo vantagem alguma da poupança em relação ao Tesouro, que tem juros mais altos”, explica, lembrando que os títulos rendem de 12% a 13%, enquanto na caderneta é 6% ao ano, mais a Taxa Referencial.

Além disso, na poupança o investidor só consegue sacar o valor acrescido dos juros no aniversário da conta. Já no Tesouro o valor é proporcional ao tempo em que o dinheiro ficou aplicado.

Para Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini e professor de Economia do Ibmec-RJ, os investimentos no Tesouro costumam ser mais indicados para médio e longo prazo. Mas também existem aplicações de menor duração, como seis meses. “O ideal é que a pessoa espere até a data de vencimento do título para vender e receber o rendimento total”, avalia.

Com as mudanças, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT), por exemplo, ganharam o nome de Tesouro Selic. E as Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-B) passaram a ser chamadas de Tesouro IPCA.

Na avaliação de Calil, o Tesouro Selic é hoje a melhor aplicação, pois tem como base a taxa básica de juros, que está em 12,75%. De acordo com ele, o valor mínimo para investir é 10% do total que está sendo negociado em cada título. “Ainda não encontrei papéis por menos de R$ 600, o que significa que o mínimo para comprar neste momento é R$ 60”, esclarece o especialista.

No site do Tesouro, é possível obter mais informações sobre os títulos, calcular a rentabilidade e ter acesso a um serviço gratuito de orientação financeira.

Perfil financeiro é considerado

Para investir no Tesouro, é preciso ter CPF e conta corrente. O futuro investidor deve escolher um banco ou corretora como intermediário. No site www.tesouro.fazenda.gov.br, é possível achar uma lista de instituições habilitadas a operar com títulos públicos.

Após entrar em contato com a instituição e se cadastrar, o investidor recebe uma senha provisória da BM&FBovespa para acesso à área restrita do Tesouro Direto, em que são feitas a compra e a venda. Depois de trocar a senha, a pessoa está apta a investir.

É preciso avaliar qual título é mais adequado ao objetivo. Há opções de investimento de curto, médio e longo prazo.

Atualmente, as taxas cobradas pelas instituições financeiras podem ser de até 2%, segundo a tabela disponível no site do Tesouro. Também há cobrança de Imposto de Renda (15% a 22,5%).

O investidor pode escolher entre dois tipos de títulos. Podem ser pré-fixados (se sabe exatamente a rentabilidade que vai receber) e pós-fixados (rentabilidade é composta por taxa predefinida, mais um indicador, que pode ser a taxa Selic ou o IPCA).

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