Por bferreira

Rio - Estudo divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) mostra que pelo menos 144 empreendimentos estão ameaçados de paralisação, depois das denúncias de esquema de corrupção na Petrobras. A interrupção de projetos com a deflagração da Operação Lava Jato representa risco de R$ 423,8 bilhões em investimentos no país e tem potencial para agravar a esperada recessão prevista para este ano.

Pelo estudo da Firjan, desse investimento total ameaçado, R$ 242, 8 bilhões estão previstos para serem aportados em 109 obras de infraestrutura e o restante, R$ 181 bilhões, são para o setor de petróleo e gás. No Rio de Janeiro, são R$ 46 bilhões de investimentos ameaçados em infraestrutura e R$ 58,9 bilhões em petróleo e gás.

APELO PELAS EMPRESAS

Diante desse cenário, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, defendeu ontem que as empresas envolvidas em denúncias da Lava-Jato sejam preservadas, para que os investimentos do país continuem e que empregos sejam mantidos.

“Uma coisa é punir controladores ou executivos que incorreram em atos ilícitos. Outra bem diferente é permitir que empresas quebrem e arrastem com elas os empregos de milhões de brasileiros”, argumentou Eduardo Eugênio.

“A interrupção de pagamentos pela Petrobras já atinge até mesmo empresas que nem sequer estão citadas nas investigações. Toda a cadeia de fornecedores tem sido impactada, em especial os estaleiros”, assegurou o líder industrial, acrescentando que hoje ao todo 18 estaleiros estão ameaçados de paralisação.

Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara (CFCC), o deputado Vicente Cândido (PT-SP) disse que o objetivo é aperfeiçoar a legislação para punir pessoas e assegurar que as empresas continuem a trabalhar. A CFFC criou recentemente subcomissões para ouvir todos os agentes envolvidos na Lava Jato como forma de aprimorar e construir uma legislação.

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