Por felipe.martins

Rio - Como parte do esforço fiscal e para ajustar o capital de giro da Caixa Econômica Federal, o governo mexeu nas regras do financiamento da casa própria. Agora, para financiar imóveis de até R$750 mil, o mutuário em vez de 20% precisará juntar 50% de sinal. Ou seja a Caixa só vai financiar a metade da operação. Pior para quem deseja imóvel de valor acima de R$ 750 mil, piso de preço usual na Zona Sul do Rio e para unidades com grandes áreas, em que a exigência será de 60% de poupança prévia e financiamento de apenas 40%.

Levando em conta que a Caixa responde por cerca de 70% do financiamento da casa própria no país, as dificuldades serão grandes e a medida deve provocar muita turbulência no mercado. Como ficará bem difícil juntar a parte não financiada, é provável que num primeiro momento o mercado trave. Depois, é razoável esperar que os preços caiam por falta de compradores. Para quem já tem o recurso acumulado é a hora de comprar.

Toda confusão é reflexo da situação econômica do país. Os recursos para o sistema habitacional vêm prioritariamente da caderneta de poupança. Como nos últimos tempos os saques superam os depósitos, o processo todo ficou asfixiado por falta de novas fontes de recursos. Se o governo não regulasse a torneira e os financiamentos continuassem no mesmo fluxo, teria que bancar a diferença e aumentar o déficit público. Em época de ajustes, o governo preferiu não comprometer seu dinheiro e diminuiu o ritmo dos financiamentos, tornando mais difícil a compra de imóvel.

Os alugueis tendem a subir. Muita gente que compraria imóvel, vai ter que alugar. Os consórcios voltarão a ser bem interessantes, porque a pessoa poderá dar lance menor que os 50% ou 60% do sinal do sistema financeiro e conseguir a carta de crédito.

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