Por felipe.martins

Rio - ?A Selic, taxa básica de juros da economia, subiu para 13,25% nesta quarta-feira, chegando ao maior patamar desde 2008. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa em 0,5 ponto percentual por unanimidade. A decisão já era esperada pelo mercado, diante do alto patamar da inflação. A Selic segue em uma trajetória de alta desde abril de 2013, quando estava em 7,25%. No mercado há quem acredite em uma última rodada de aumento este ano, apesar das avaliações estarem divididas.

A alteração feita pelo Copom faz com que investimentos alternativos à poupança fiquem ainda mais atrativos. Uma projeção feita pela Associação dos Executivos de Fiananças, Administração e Contabilidade mostra que, para um investimento de um ano, a rentabilidade da poupança fica em 6,93%, atrás de outras opções como o CBD, Fundo DI e Tesouro Selic. Para investimentos de longo prazo, a diferença chega a ser ainda maior.

O ministro da Fazenda%2C Joaquim Levy%2C voltou a defender o ajusteAgência Câmara

Em uma aplicação de dois anos, por exemplo, a poupança oferece rendimento de 14,34%. No mesmo prazo, o Tesouro Selic apresenta valorização de 22,68%. O cálculo foi feito desconsiderando as taxas de administração cobradas pelas corretoras. Já o fundo DI tem perspectiva de render 21,64% no período.

Os setores produtivo e de varejo criticaram a decisão, pois a cada alta da Selic, os juros para vários tipos de empréstimos aumentam no país. “Encarecer ainda mais a tomada de financiamentos por parte de consumidores e empresários vai na contramão do quadro exposto pelos principais indicadores de mercado: desemprego em alta, consumo e confiança em baixa, crédito historicamente caro, atividade em queda”, informou a Fecomércio-RJ, em nota.

Ajuste não prejudica economia

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ontem na Câmara dos Deputados que o desempenho da economia não será afetado pelas medidas de ajuste fiscal propostas pelo governo para que o país volte a registrar superávit primário. Segundo ele, o corte nas despesas não atrapalha o crescimento.

O ministro também fez uma defesa enfática da redução das desonerações tributárias, que já totalizam R$ 113 bilhões. “Isso é mais de sete vezes o Minha Casa Minha Vida”,argumentou Levy. Ontem, a comissão mista de deputados e senadores aprovou, com alterações, a polêmica MP do Seguro-Desemprego (665/14), que faz parte da política de ajustes e agora vai a plenário.


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