Por bferreira

Rio - O Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) autorizou ontem o repasse de R$ 10 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). O dinheiro virá do FI-FGTS, um fundo de investimento destinado a projetos na área de infraestrutura, como energia, saneamento e pavimentação de estradas.

As regras do FGTS não permitem repasses a bancos, mas o governo conseguiu garantir a manobra oferecendo ao trabalhador a possibilidade de usar seu saldo para investir em cotas do fundo.

O trabalhador poderá aplicar até 30% de seu dinheiro retido, com rentabilidade mínima de 7% mais taxa referencial (TR). Atualmente, a remuneração do dinheiro que fica no FGTS é de 3% mais a TR. “Na verdade, em novembro de 2009, o Conselho autorizou o saque para o trabalhador investir no fundo. Mas na época a Comissão de Valores Mobiliários não autorizou a operação porque o risco era alto e não havia garantias”, explica Mario Avelino, presidente do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador. Ele diz que, com a garantia mínima de 7% e a TR, essa opção se torna bastante atrativa para quem quer investir.

“Qualquer possibilidade que diminua a perda do trabalhador é bem vinda”, afirma. Essa janela só foi aberta aos correntistas do FGTS outras vezes, quando abriu-se a possibilidade de investimento em ações da Petrobras e da Vale, em 2000 e 2002, respectivamente.

Durante a reunião, o conselho também autorizou a destinação de R$ 4,9 bilhões para o financiamento de imóveis na linha chamada pró-cotista. A medida foi tomada diante da escassez de recursos na poupança, a principal fonte de financiamentos imobiliários no país. Também houve a diminuição do teto do imóvel financiado nessa modalidade, que passou de R$ 750 mil para R$ 400 mil no Rio.

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