Por bferreira

Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou ontem que o ajuste fiscal do governo vai durar por pelo menos mais dois anos. Ele espera uma reação da economia no fim do ano e uma retomada mais forte a partir de 2016.

O ministro, que participou ontem de palestra de abertura de um seminário sobre o ajuste fiscal promovido pela Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV/SP), disse que a inflação brasileira ainda permanecerá alta este ano. O indicador deve recuar no próximo ano.

“O Brasil está elevando gradualmente seu resultado primário para garantir a estabilidade macroeconômica e viabilizar a recuperação do crescimento de modo sustentável. O ajuste não será tão rápido quanto uns desejam, nem tão lento como outros acreditam”, afirmou.

Defendendo a medidas de contenção, Barbosa argumentou que as antigas propostas de incentivo ao crescimento do PIB não surtiriam o mesmo efeito expansionista porque é necessário restabelecer o equilíbrio fiscal e combater a inflação. Ele reforçou que a estratégia agora é também de estimular os investimentos e ganhos de produtividade. Para o ministro, a economia brasileira deve registrar uma retração de 1,2% este ano, mas deverá crescer 1% em 2016; 1,9% em 2017; e 2,4% em 2018.

Nelson Barbosa detalhou o contingenciamento orçamentário, que totaliza R$ 69,9 bilhões, mencionando que houve uma revisão para baixo nas previsões de receita, de quase R$ 65 bilhões. As despesas obrigatórias do governo cresceram R$ 4,8 bilhões.

De acordo com o ministro, os gastos obrigatórios crescem em média o equivalente a 0,5 ponto porcentual do PIB. Ele assegurou que apesar do corte feito nas despesas não obrigatórias, nas áreas de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, foram preservados recursos para todos os programas das pastas.

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