Rio - O governo de Portugal anunciou nesta quinta-feira que escolheu o consórcio com o investidor David Neeleman, fundador da Azul Linhas Aéreas, no processo de privatização da TAP, companhia aérea estatal. O ministro português Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Luis Poiares Maduro, disse que o consórcio Gateway pagará imediatamente 10 milhões de euros (R$ 35,39 milhões) a Lisboa e fará uma injeção em dinheiro de 338 milhões de euros (R$ 1,2 bi) na TAP, além de assumir mais de 1 bilhão de euros (R$ 3,54 bi) em dívidas da empresa.
O consórcio Gateway é formado pela holding DGN de Neeleman e o presidente da empresa portuguesa Barraqueiro, Humberto Pedrosa. O grupo se comprometeu a adicionar 53 novos aviões à TAP e a manter Lisboa como principal centro de operações da companhia aérea. O consórcio Sagef, do grupo do brasileiro-colombiano Germán Efromovich, também estava na etapa final do processo de privatização da TAP para negociações diretas com o governo português, mas foi superado pela Gateway.

O governo português reservou uma parcela de 61% nesta etapa do processo de venda da TAP e o Estado tem uma opção de venda de outros 34% dentro de dois anos. Os 5% restantes ficaram com os funcionários da companhia. Assim, além dos 10 milhões de euros iniciais a serem pagos a Lisboa, Portugal poderá receber até 140 milhões de euros (R$490 milhões) daqui a dois anos pela venda da fatia remanescente na TAP, condicionados à uma operação no mercado de capitais.
Em comunicado, a Azul, terceira maior companhia aérea do Brasil, informou que acredita que a aquisição da TAP por seu fundador será “oportunidade muito boa para o Brasil”, já que Portugal é a principal entrada dos brasileiros na Europa e vice-versa, com cerca de 1,8 milhão de pessoas por mês viajando na rota.