Por bianca.lobianco

Rio - Os trabalhadores brasileiros são otimistas com a aposentadoria. Mas, por outro lado, eles pouco se preparam para garantir um futuro seguro e confortável financeiramente após deixar de trabalhar e passar a receber o benefício previdenciário. Pesquisa mundial feita em 15 países, incluindo o Brasil, revela que há grande lacuna entre o nível de conscientização e os verdadeiros hábitos de poupar entre a população economicamente ativa.

Do total de trabalhadores entrevistados no país, entre 6 e 23 de fevereiro deste ano, apenas 23% afirmaram ter algum plano formal para se capitalizar, ou seja, fazem planejamento concreto de olho na aposentadoria. Outros 28% que responderam não participam de nenhum sistema para se aposentar e 47% só têm planos de fazer, mas não há nada “por escrito”, é apenas intenção. No país foram ouvidas mil pessoas.

'Aposentadoria confortável não depende de altos salários, mas do costume de poupar'João Laet / Agência O Dia

O estudo foi feito com trabalhadores da Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Japão, Polônia, Reino Unido, Turquia e Polônia. Ele aponta que, por aqui, o planejamento financeiro para enfrentar imprevistos na vida profissional e na futura aposentadoria é grande desafio.

O resultado mostra que a maioria conta apenas com poupança individual para encarar situações inesperadas: 57% informaram que, se for necessário parar de trabalhar por período longo ou se deixarem de gerar renda até a idade de se aposentar, terão que fazer uso de suas economias. Do total, 24% esperam contar com a renda do cônjuge, 19% com o seguro por invalidez, 18% com a venda de um bem, como um imóvel, e apenas 18% têm algum tipo de seguro como plano B.

A pesquisa indica que 79% se sentem responsáveis em garantir renda suficiente para aposentadoria. Grande parte (82%) está consciente da necessidade de se planejar mas o pensamento não virou hábito. 

O estudo detectou o perfil do brasileiro que poupa ainda na ativa. Os que possuem hábitos constantes de guardar para o futuro representam 38%; os ocasionais, que são os que economizam de vez em quando, 23%; os que pensam em fazer pé de meia são 22%. O grupo que já acumulou antes e não manteve o hábito chega a 12%. Somente 4% são os que não pretendem poupar.

“Aposentadoria confortável não depende de altos salários, mas do costume de poupar”, explica Leandro Palmeira, superintendente de projetos estratégicos da Mongeral Aegon e representante do Brasil no grupo de pesquisa da Aegon, responsável pelo levantamento mundial.

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