Por bferreira

Rio - Se o momento é de cortar despesas, vale a pena começar pelos excessos. Pesquisa feita pelo aplicativo Weplan mostra que 94,2% dos brasileiros poderiam pagar menos na conta do celular se alterassem o atual plano. Essa constatação reforça a tese de outro estudo, do site Pricez, em parceria com a Teleco, que aponta que 87% dos brasileiros estão no plano de telefonia móvel errado. Uma ferramenta lançada esta semana pela Proteste (Associação de Consumidores) vai ajudar clientes de operadoras que desejam encontrar planos que se encaixem com seu perfil de consumo.

Consumidor brasileiro paga a tarifa de celular mais cara na América do Sul%2C segundo pesquisa feita em oito países pelo aplicativo WeplaniStockphoto

“Basta entrar no site da Proteste, fazer o cadastro, e informar seus hábitos de consumo. Depois disso, a pessoa recebe um e-mail com o plano aconselhado, a operadora de telefonia, todos os detalhes”, explica Natalia Dias, analista de mercado da associação.

Por exemplo, se a pessoa faz poucas ligações, mas usa muito a internet móvel, precisa de um plano que ofereça pacote de dados maior, mas não tenha tantos minutos. Em um caso real, a associação identificou que um consumidor conseguiu economizar R$ 1.680 em um ano, apenas por se adequar ao plano correto.

A disparidade ocorre, segundo especialistas, pelo fato de muitos consumidores não avaliarem as reais necessidades antes de fechar o contrato. Assim pagam por serviços que não usam, e depois têm gastos extras com o que realmente utilizam.

Consultor de varejo do Grupo AZO, Marco Quintarelli explica que a concorrência hoje permite que o consumidor tenha mais autonomia na hora de contratar um plano.

“Nós temos todas as possibilidades de ter boas combinações, com até duas ou três operadoras. Mas vale lembrar que fazer qualquer mudança no plano nunca é fácil. Normalmente, as operadoras não querem reduzir pacotes. Às vezes podem dificultar o processo. Mas não impedem o consumidor de fazer isso”, ressalta.

A economista Patrícia Vivas da Silva Fontes, 27 anos, por exemplo, tem um plano de 400 minutos, mas este mês ainda não usou nenhum. “Os pacotes são fechados, não têm como negociar os minutos de ligações. Se pudesse contrataria o mínimo”, conta. Atualmente, ela trocou de operadora para ter um pacote de dados móveis melhor. “Um aplicativo me mostra quanto já gastei. Ajuda bastante”, comenta.

Pelas regras atuais do Regulamento Geral dos Direitos dos Consumidores de Telecomunicações (RGC) da Anatel, as teles são obrigadas a oferecer na internet mecanismo de comparação de planos de serviços e ofertas promocionais, para facilitar a identificação da opção mais adequada ao perfil de consumo e renda dos interessados. Mas, segundo a Proteste, a diversidade de planos e a linguagem usada dificulta a escolha.

DICAS PARA OTIMIZAR OS GASTOS

REVEJA SEUS HÁBITOS
Qual serviço você usa mais? Internet móvel ou ligações? Identifique seu perfil de consumo e monte um plano que esteja de acordo com as suas necessidades e possibilidades de pagamento.

PRÉ OU PÓS?
Segundo Natalia Dias, analista da Proteste, nem sempre os planos pós pagos são mais vantajosos. “Varia muito. Normalmente, quando a pessoa consome pouco, vale a pena o pré-pago”, diz.

CORTE EXCESSOS
Atualmente, a maioria das empresas de telefonia oferece ligações gratuitas para a mesma operadora. Por isso, se você só liga para números da mesma concessionária, não é necessário ter um pacote de minutos extenso. O mesmo vale para quem tem vários chips de diversas companhias.

PACOTES
Quem tem um único pacote para telefonia móvel, fixa, TV por assinatura e internet deve avaliar com cuidado quais são os serviços oferecidos. Muitas vezes o consumidor acaba pagando pelo que não usa. Além disso, o consultor de varejo Marco Quintarelli lembra que nesses casos, se o consumidor tiver algum problema e não conseguir pagar a conta, todos os serviços ficam comprometidos. “Esses pacotes que englobam diversos tipos de produtos são mais interessantes para famílias. Mas com planos separados fica mais fácil negociar”, afirma.

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