Por bferreira

Rio - Representantes do Bradesco e do HSBC afirmaram ontem a dirigentes dos sindicatos dos bancários de São Paulo e do Paraná que não haverá demissão em massa de funcionários por conta da aquisição da subsidiária do banco inglês pela instituição financeira brasileira. A posição foi apresentada ontem em reunião de mais de duas horas com diretores do HSBC e do Bradesco e sindicalistas.

“Nossa preocupação era que esse processo de aquisição acarretasse numa demissão em massa, mas os dois bancos afirmaram que isso não vai acontecer”, informou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten assim que saiu do encontro.

Na segunda-feira, o Bradesco anunciou a compra do HSBC por R$ 17,6 bilhões. A reunião, que aconteceu na sede do HSBC, na Região dos Jardins da capital paulista, havia sido solicitada pela Contraf logo após o anúncio da transação entre as duas instituições financeiras.

Osten disse ainda que esse processo de aquisição deve durar cerca de seis meses, já que precisa de autorização final do Banco Central e que nesse período quem faz a gestão é o HSBC. “O Bradesco, por lei, não pode demitir e o HSBC, por sua vez, não deve dispensar seus empregados porque isso tem custo. Mas vamos ficar atentos”, disse.

Em nota, o Bradesco confirmou a informação divulgada pelos sindicatos, e afirmou que “não tem mais nada a acrescentar”. Já o HSBC não se pronunciou até o fechamento desta edição. O HSBC tinha 20.165 empregados distribuídos em 853 agências bancárias no país em dezembro de 2014.

Para Elias Jordão, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, o encontro foi positivo. “Abrimos a possibilidade de monitorar as demissões até janeiro. Depois, será nova etapa. A necessidade de o HSBC ter bom resultado este ano nos garante que não haverá demissões. Quanto ao Bradesco, vamos cobrar a promessa de aproveitar da melhor forma todos os funcionários”, acrescentou.

Em 2014, os seis maiores bancos (BB, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) passaram a concentrar 82,5% do Ativo Total do Sistema Bancário Brasileiro. Em 1999, o índice era de 59%.

Lucro do Itaú foi de R$ 5,9 bi

Enquanto o Bradesco, que acabou de adquirir o HSBC por R$ 17,6 bilhões, espera lucrar quase que este mesmo valor até o final de 2015, o Itaú Unibanco anunciou ontem lucro líquido de R$ 5,984 bilhões só no primeiro trimestre deste ano.

Nos três meses anteriores, o lucro havia sido de R$ 5,73 bilhões e no segundo trimestre do ano passado, de R$ 4,899 bilhões. O total dos lucros do Itaú Unibanco no semestre foi de R$ 11,71 bilhões, contra R$ 9,318 bilhões no mesmo período do ano passado, um aumento de 25%.

Por meio de nota, o Itaú Unibanco informou que “a evolução do resultado deve-se, principalmente, ao crescimento de 17,5% do produto bancário, compensado parcialmente pelos aumentos de 6,7% das despesas não decorrentes de juros e de 26,6% de nossas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa”.

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