Por bferreira

Rio - Saíram os dados de desemprego do IBGE, do PNAD, referente ao segundo trimestre de 2015, que cravou o que todo mundo já está percebendo, o desemprego aumentou para 9% no período, em todas as regiões do Brasil, em todos os estados pesquisados, em todas as faixas etárias, com a renda salarial diminuindo de norte a sul, de leste a oeste. Na semana passada, outra pesquisa oficial, do Ministério do Trabalho, do Caged, apurou que o Rio foi o estado que mais perdeu postos de trabalho com carteira assinada. Ou seja, resumindo, está tudo uma droga quanto aos emprego.

A construção civil perdeu, de acordo com o IBGE, o equivalente a cinco estádios de futebol lotados de trabalhadores, de peão a engenheiro. No caso do Rio, devem ser computadas as demissões relacionadas ao Comperj, que por conta da Operação Lava a Jato na Petrobras, praticamente está falindo com Itaboraí e os municípios da Região dos Lagos que não vivem do turismo. No comércio em geral, exportadores, serviços portuários, construção naval, empresas jornalísticas e até bares e restaurantes, uma marca do Rio, estão demitindo ou atrasando folhas de pagamento.

Uma característica do aumento do desemprego é que atividades como a das faxineiras e de serviços domésticos variados, que há poucos anos eram considerados como em extinção, devido ao crescimento da economia e a absorção desse contingente de pessoas em funções de serviços gerais nas empresas, parece que estão renascendo. As pesquisas mostram que, para quem precisa trabalhar e ganhar honestamente o seu dinheiro, o importante é estar empregado. Com a nova legislação das domésticas, que assegura a carteira assinada e os direitos trabalhistas, em época de crise, pela primeira vez nos últimos tempos o setor está com oferta de trabalhadores e concorrência no segmento.

Gilberto Braga é professor de Finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral

Você pode gostar