Rio - A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) enviou ofício ao Ministério do Meio Ambiente questionando quais medidas estão sendo tomadas para verificar o impacto ambiental no país, causado por um motor a diesel da Volkswagen, cujos índices de emissões de poluentes são fraudados por um software. O propulsor batizado pela fabricante como EA189, está presente em cerca de 84 mil unidades da picape média Amarok, vendida no país desde 2010.
Caso seja comprovada a fraude para burlar o teste de emissão de poluentes, a Proteste vai orientar que os consumidores procurem a Justiça para pedir indenização, como já vem sendo ocorrendo em outros países. Segundo a associação, uma campanha deve ser criada uma vez que se constate a irregularidade.
O Ibama, por meio do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), está apurando o caso. Se confirmado que houve violação das regras brasileiras de emissão, a Volkswagen poderá ser multada em até R$ 50 milhões e terá que realizar a correção do problema, conforme os arts. 61 e 69 do Decreto 6.514/08. O órgão também investiga se outras tecnologias de motores — gasolina e flex — podem também ser fraudados por software que detecta inspeção ambiental.
A fraude na Volkswagen foi denunciada pelo governo norte-americano após testes constatarem que o software burla os dados de emissão de poluentes apenas quando os carros são testados, para que sejam atendidos os níveis exigidos nos EUA.