Rio - Depois de uma leve desaceleração, a inflação oficial do país — medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — voltou a subir e fechou setembro com uma variação de 0,54%. A alta é mais que o dobro dos 0,22% registrados em agosto. Com isso, o IPCA acumulou alta de 7,64% no ano, a maior taxa medida no período desde 2003, quando atingiu 8,05%. Em 12 meses, o avanço é de 9,49%, um pouco abaixo dos 9,52% registrados no mês passado. A pesquisa foi divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Influenciado pelo aumento médio de 13% no preço do botijão de gás, os preços relativos à habitação registraram a taxa mais alta analisada pelo IBGE, passando de uma variação de 0,29% para 1,30% entre agosto e setembro. Já o aumento de quase 23% no preço das passagens aéreas elevou o índice do grupo transportes de -0,27 em agosto para 0,71 em setembro.
Apesar dos aumentos, a gerente do IPCA Eulina Nunes lembra que os últimos três meses do ano passado também fecharam com taxas elevadas — outubro 0,42%, novembro 0,51% e dezembro 0,78%.
“As taxas elevadas dos últimos três meses do ano passado não são desprezíveis e vão influenciar o resultado do fechamento do ano. Serão determinantes para que o IPCA finalize o ano com aumento acumulado abaixo de dois dígitos”, explica.
Os alimentos também voltaram a subir em setembro, depois de terem recuado no mês anterior, chegando a uma alta de 0,24%. O item que ficou mais caro foram os alimentos consumidos fora de casa, com aumento de 0,77%. Os consumidos em casa ficaram praticamente iguais de um mês para o outro.
A variação dos preços do grupo de gastos relacionados a vestuário avançou de agosto para setembro, passando de 0,20% para 0,50%, puxada pelo aumento dos calçados. Já a alta dos preços de saúde e cuidados pessoais perdeu força, de 0,62% para 0,55%, com destaque para o item plano de saúde.