Rio - O INSS publicou, ontem, a resolução que autoriza o aumento do teto dos juros do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, de 2,14% para 2,34% ao mês. Entretanto, ainda é possível encontrar taxas antigas em alguns bancos. Parte das instituições financeiras conveniadas com a Previdência atualizará os índices apenas na próxima semana. O INSS também alterou o teto dos juros para empréstimo consignado no cartão de crédito, que passou de 3,06% para 3,36%.

Entre os bancos que ainda não reajustaram as taxas para o crédito com desconto em folha estão Caixa Econômica, Santander e Itaú. Essas instituições devem mexer no teto até o fim da semana que vem.Por enquanto, os juros da Caixa continuam os mais baixos entre os grandes bancos, variando entre 0,95% e 1,79%, segundo tabela publicada no site da Previdência. O Bradesco, por outro lado, anunciou começou a operar ontem com nova tabela. As taxa subiu de 2,14% para 2,34% ao mês.
Com o aumento autorizado para o teto pelo INSS, empréstimo de R$ 1 mil, por exemplo, parcelado em 72 vezes, passará a ter parcela de R$ 27,36 para R$28,86.

Para o economista Gilberto Braga, do Ibmec/RJ, embora o aumento seja compatível com o aumento da taxa de juros dos últimos meses, a elevação da taxa vai doer no bolso do trabalhador. “Trata-se da principal modalidade de socorro financeiro que fica mais cara, diminuindo ainda mais o poder de compra em uma época de aperto e crise generalizada”, explicou.
Apesar da alta, o empréstimo com desconto em folha continua a modalidade de crédito mais barata no mercado. O cheque especial, por exemplo, chega a 12,24% ao mês, de acordo com pesquisa divulgada ontem pelo Procon-SP.
Segundo o Ministério do Trabalho e Previdência Social, o aumento do teto já era debatido desde o começo do ano. As instituições financeiras pediam que o limite fossem a 2,48% ao ano para empréstimo pessoal e de 3,49% ao ano para cartão de crédito.
Reportagem de Angélica Martins