Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Cerca de três mil trabalhadores do estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, na Zona Norte, um dos mais importantes do país, foram demitidos ontem. Com salários atrasados e apenas uma parte do décimo terceiro pago, os funcionários chegaram pela manhã ao local e encontraram as portas lacradas. Eles foram desligados por carta do grupo, pertencente ao empresário German Efromovich — também dono da Avianca —, alegando dificuldades financeiras da indústria naval e offshore.
Sem perspectivas de pagamento, os funcionários protestaram pelas ruas do bairro e seguiram até o Aeroporto do Galeão. À tarde, o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro (Sindimetal-Rio) se reuniu com a direção do estaleiro para discutir as rescisões. No entanto, segundo o presidente da entidade, Jesus Cardoso, “não há perspectivas para pagamento dos demitidos”. Hoje, os trabalhadores farão outra manifestação, a partir das 7h, em frente ao terminal.
Ex-funcionários fizeram protesto no GaleãoDivulgação

“Eles apenas confirmaram as demissões, mas não se comprometeram a pagar os direitos dos trabalhadores. Disseram que a medida teve que ser tomada devido à crise econômica. O máximo que conseguimos extrair deles foram promessas de que retomando as encomendas, as demissões poderiam ser canceladas”, afirmou Cardoso.

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Ainda segundo o presidente da entidade, apenas os trabalhadores que ganham até R$ 3 mil foram pagos. O restante continua sem salário. Ele lembrou ainda que os funcionários não receberam o reajuste de 9,8%. O presidente do Sindmetal afirma que a entidade deve reivindicar na justiça os pagamentos.
Em outubro, 700 trabalhadores do estaleiro já haviam sido demitidos, porém, Cardoso afirma que eles estavam recebendo o pagamento referente à rescisão dos contratos.  O Estaleiro Eisa atende encomendas para a Marinha do Brasil, Brasil Supply, Log-In e Astromarítima. No ano passado, já dava sinais da crise, tendo operações suspensas por mais de três meses e deixando de pagar por esse período 3.200 funcionários.