Por thiago.antunes
Rio - Antes mesmo de tomar posse nesta segunda-feira, o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que deixará o ministério do Planejamento, convocou os técnicos das duas pastas para reuniões hoje e amanhã de preparação das primeiras ações da sua gestão após a saída de Joaquim Levy da Fazenda na sexta-feira.
A reação negativa dos mercados financeiros, com a queda da Bolsa de Valores e a desvalorização do real frente ao dólar, e manifestações críticas de analistas sobre a mudança, reforçaram a necessidade de medidas imediatas para reverter a desconfiança.
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O principal temor do mercado, segundo os críticos, é que o novo ministro da Fazenda retome a chamada “nova matriz econômica”, como foi batizada a política econômica adotada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, e que foi responsável pelo déficit de orçamento do governo.
Nelson Barbosa toma posse segunda-feira como novo ministro da FazendaWilson Dias / Parceiro / Agência Brasil

Por isso, logo após o anúncio da sua indicação para a Fazenda na sexta-feira, Nelson Barbosa apressou-se em dar entrevista manifestando seu compromisso com o equilíbrio fiscal e sua convicção de que o ajuste é imprescindível para a retomada do crescimento do país.

Entre as correntes econômicas, a análise sobre a visão de Nelson Barbosa sobre a questão fiscal ganhou mais espaço nos últimos dias, com a perspectiva da sua indicação para a Fazenda. A última “Carta do Ibre”, publicada mensalmente na revista Conjuntura Econômica editada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), destacou que a diferença entre os então ministros da Fazenda e Planejamento era de estratégia, não de objetivo.
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Assinada pelo presidente do Ibre, economista Luiz Guilherme Schymura, a carta defendeu que as as divergências entre Levy e Barbosa sobre a questão fiscal eram “uma questão de gradação das ênfases entre o desafio de curto prazo e o estrutural”. Uma das principais medidas da gestão de Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda será o encaminhamento da reforma da Previdência Social, principal motivo do déficit das contas públicas.