Cotação da moeda norte-americana chegou a máxima de R$ 4,04
Por fernanda.macedo
Rio - O dólar opera em alta e supera o valor de R$ 4 nesta segunda-feira. Por volta das 13h20, a moeda norte-americana subia 1,89% a R$ 4,0214, chegando a alcançar a máxima de R$ 4,0428, maior nível intradia desde 2 de outubro deste ano.
Em teleconferência com investidores feita antes mesmo de sua posse, Nelson Barbosa repetiu que a direção da política econômica continua a mesma após assumir o comando da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, com foco no ajuste fiscal e redução da inflação. Ainda assim, operadores afirmaram que o mercado quer ver ações concretas de austeridade para se convencer de que o comprometimento do governo com o ajuste não se esvaiu.
"O problema não foi o que ele disse, mas o que ele não disse. O discurso foi basicamente o mesmo de antes (da nomeação de Barbosa), mas o mercado está convencido de que as coisas vão mudar para pior", afirmou o estrategista de renda fixa da corretora Coinvalores, Paulo Celso Nepomuceno.
A escolha de Barbosa, anunciada nesta sexta-feira, já havia sido entendida como clara sinalização de que a presidenta Dilma Rousseff pretende promover mudanças na política econômica. Barbosa tem pensamento mais alinhado ao de Dilma, com maior foco na retomada do crescimento em meio ao agravamento da recessão e da crise política.
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"Mais flexível na condução das políticas de ajuste fiscal necessárias ao equilíbrio das contas públicas, o ministro Barbosa, neste momento, representa um retrocesso", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes. "As apostas majoritárias recaem sobre o aprofundamento da crise", acrescentou.
Outro motivo para a alta recente da moeda norte-americana foi a decisão, na última semana, do Supremo Tribunal Federal (STF) de acatar as principais teses do governo sobre o rito do processo de impeachment. Operadores vêm reagindo bem à possibilidade de afastamento da presidenta, com alguns avaliando que isso poderia destravar o ajuste fiscal. Outros salientam, porém, que a incerteza política tende a atrasar ainda mais a implementação de cortes de gastos e aumentos de impostos.
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O Banco Central deu sequência nesta sessão à rolagem dos swaps cambiais que vencem em janeiro, com oferta de até 11.260 contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Até agora, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 8,206 bilhões de dólares, ou cerca de 77 por cento do lote total, que corresponde a 10,694 bilhões de dólares.