Rio - Educadores da rede municipal realizaram assembleia nesta terça-feira nos Arcos da Lapa e mais uma vez decidiram continuar a greve, que já dura quase um mês. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ), cerca de cinco mil profissionais estiveram presentes. Em seguida, foi realizada uma passeata até a Câmara Municipal, onde os professores exigiram a instalação da CPI do Fundeb. Foram marcados um ato e uma nova assembleia para 10h desta sexta-feira, em frente à sede da prefeitura, na Cidade Nova.
O Sepe informou que vai recorrer nesta quarta da ordem de suspensão da greve, expedida na segunda pelo Tribunal de Justiça. O não cumprimento da decisão prevê o pagamento de multa diária de R$ 200 mil. Coordenador do sindicato, Marco Túlio Paolino, 47, criticou a decisão: “A medida é um atentado aos professores e ao nosso sindicato. É antidemocrático”. No caso de a liminar não ser derrubada, o sindicato e os professores ainda decidirão como agir.
Com uma hora de atraso, a assembleia começou apenas às 15h. As opiniões foram dadas e venceu a corrente que defende a paralisação, por considerar que as melhorias pedagógicas não foram obtidas.
Durante a reunião, o Sepe fez um balanço dos aspectos em que a greve avançou e dos que ainda não houve resposta do governo. Um dos pontos positivos é o índice de 8% de reajuste salarial para os professores, a ser incluído no novo plano de cargos. Por outro lado, o sindicato quer aumento de 6,75% para os funcionários da rede municipal.
O fim do ato foi descontraído. Com uma peruca loira, o professor Douglas Porto, 34, subiu no carro de som e cantou uma música criticando o “deboche” de Claudia Costin, secretária municipal de Educação, nas negociações. A coreografia foi imitada pelos professores. “A dança é uma forma de agregar e divertir os educadores”, contou.
Prefeitura defende avaliação externa
O resultado da Prova Rio, que avalia o aprendizado dos alunos da rede municipal, revelou, em 2012, uma melhora de 62% no desempenho de 961 escolas em relação ao ano anterior. No Alfabetiza Rio, 90% dos alunos estavam alfabetizados ao final do 1º ano, contra 81,7% do exame aplicado em 2011. Criticada pelos professores grevistas devido ao custo de R$ 9,4 milhões, avaliações externas são adotadas pelos países que mais avançaram no ensino nas últimas décadas, segundo a Secretaria Municipal de Educação.
As duas avaliações são usadas desde 2009 pela Prefeitura do Rio para identificar os estudantes com baixo rendimento que precisam de reforço escolar. O município diz que do valor total pago à empresa Consulplan, para aplicação dos exames por dois anos, o custo médio, em 2012, por aluno foi de R$ 14. Para a SME, as avaliações permitem perceber avanços e corrigir os déficits de aprendizagem.
A Prova Rio, para alunos do 3º, 4º, 6º, 7º e 8º anos, gera o Iderio (Índice de Desenvolvimento da Educação no Rio), que serve de base para o Prêmio Anual de Desempenho, concedido a professores e funcionários de escolas que atingem metas de melhoria do ensino. Do total de escolas avaliadas, 430 unidades atingiram metas e receberam a premiação em 2012.