Rio - Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Casa, o vereador Reimont (PT) criticou, na manhã desta segunda-feira, o plano de cargos e salários e também as 30 emendas apresentadas pelos vereadores da base governista, que estão a favor do novo projeto de lei apresentado pelo executivo. Segundo o vereador, as propostas não atendem à categoria. "É um plano econômico e não de carreira. Visa beneficiar a fundação Roberto Marinho, Sangari, Ayrton Senna, entre outras. A secretária (Cláudia Costin) não está entendendo que os professores são capazes de criar seu próprio método pedagógico. A autonomia pedagógica tem que ser respeitada", afirmou.
Apesar de ser do bloco do governo, Reimont se opõe às propostas do prefeito Eduardo Paes para a categoria, sendo o único vereador do PT a não apoiá-lo.
"Sou do PT, da aliança com Eduardo Paes, mas compreendo isso não como uma algema, mas como parceria. Nao tenho que deixar de ser eu por conta das parcerias", justificou o político. Ele também acrescentou que uma aliança tem que ter programa. "Em relação ao governo, alguns ítens não tem programa de política para habitação e população de rua, por exemplo. Desde sempre eu estou discutindo dentro do PT que nós temos que implementar isso", disse.
Apenas 12 políticos da Casa estão apoiando os docentes. Além de Reimont, os quatro representantes do PSOL, como Eliomar Coelho, Renato Cinco, Paulo Pinheiro e Jefferson Moura; Leonel Brizola Neto (PDT) e César Maia (DEM), entre outros.
Os professores disseram que o líder do governo na Câmara, o vereador Guaraná (PMDB), conversou com os membros do Sepe e confirmou uma reunião com o sindicato às 14h, mas os docentes que protestam em frente a Casa estão condicionando esse encontro à retirada do cerco da polícia.
"Ele diz que vai se encontrar com o Sepe e já que haverá um diálogo, não há necessidade da polícia aqui", disse o professor Ítalo Moraes.
Polícia fecha o cerco nos acessos ao Palácio Pedro Ernesto
Para impedir a ocupação da Casa, policias cercaram a lateral do Palácio Pedro Ernesto, nos acessos pela Rua Alcindo Guanabara. O interior da Câmara dos Vereadores está sitiada por guardas municipais em todos os andares e também há homens do Batalhão de Choque. Entre o bloqueio formado pelos PMs do lado de fora, há barracas de 13 professores que estão acampados desde a última quinta-feira. Eles também estão impedidos de entrar no local.
Cerca de 100 profissionais da Educação estão em frente à Casa protestando contra o cordão de isolamento. A manifestação que estava marcada para às 12h em frente a prefeitura, na Cidade Nova, não foi confirmada pelos membros do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe). Eles confirmam a intenção de levar o ato para a Cinelândia.