Rio - O clima é tenso durante a assembleia dos professores da rede municipal de ensino nesta sexta-feira. Durante o encontro na Clube Municipal, na Tijuca, Zona Norte do Rio, um professor agrediu uma aluna da Escola Municipal México, em Botafogo, durante os discursos sobre a continuidade ou suspensão da paralisação.
A confusão teria começado quando o professor - que não foi identificado - pediu silêncio durante sua explanação, mas não foi atendido por Claudia Aparecida Florêncio, de 35 anos. Após ser interrompido por diversas vezes, o homem se irritou e partiu para cima da mulher. Ela ficou com um corte na cabeça, mas foi atendida e já retornou à assembleia. O professor se retirou e não voltou mais.
Primeiras informações dão conta de que a estudante também foi responsável por lançar um sapato em direção à Mesa Diretora durante a segunda audiência da CPI dos Ônibus em agosto.
A direção do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe) ainda não conseguiu chegar a um resultado na votação, que está muito acirrada. Houve tentativas de visualizar a opinião da maioria por duas vezes, mas não foi possível. Sendo assim, eles separaram cinco equipes para fazer a contagem um a um dos votos.
Fim da greve na rede estadual
Em votação apertada ocorrida nesta quinta-feira, os professores estaduais decidiram encerrar a greve que durou 78 dias. A assembleia ficou marcada pela forte tensão. Um grupo de educadores estava descontente com o acordo firmado entre a direção do Sepe, que aceitou acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF) para encerrar a paralisação. No entanto, houve outra votação em que os profissionais decidirem por se manter em estado de greve, o que signfica que a paralisação pode voltar a qualquer momento.
O Sepe se viu pressionado pela possibilidade de ver cair a liminar que impedia o estado de cortar o ponto de servidores em greve. Os profissionais insistem que apenas a assembleia pode acabar com a paralisação. O esquema da votação desta quinta funcionou da seguinte maneira: 10 pessoas expuseram argumentos a favor da continuidade da greve e 10 pessoas falaram contra e logo depois todos os presentes à reunião votaram levantando as mãos.
No momento da explanação, uma faixa foi retirada do local onde os profissionais expuseram seus argumentos e foi rasgada. A seguinte frase foi a causadora de indignação: "Direção pelega, com a base não tem arrego". A ativista Elisa de Quadros, conhecida como Sininho, ficou insatisfeita com a decisão tomada pelo sindicato. "Não é a direção do Sepe que tem que tomar esta decisão, quem tem que decidir é o povo", afirmou.
Edição: Tamyres Matos