Rio - Muitos idosos sabem dos grandes riscos que sofrer uma queda representa. Poucos, porém, conhecem uma das formas mais eficazes de evitar os problemas que cair provoca entre pessoas com mais de 65 anos. Estudo realizado por pesquisadores da Unicamp constatou que a prática de artes marciais, como judô e aikido, é o melhor remédio para evitar as perigosas quedas, responsáveis pela morte de 3,2 milhões de idosos por ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Autor da pesquisa, o professor Eduardo Hebling, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, explica que estes exercícios geram um duplo benefício aos mais velhos. Além de aumentar o tônus muscular, que se perde progressivamente ao longo dos anos, as lutas orientais ensinam técnicas de queda. “Quando aprende a cair, o idoso reduz as consequências do acidente: já não acontecem tantas fraturas na queda”, aponta ele.
Não são apenas as artes marciais que trazem ganhos à luta da terceira idade contra as quedas. Qualquer atividade física realizada diariamente produz melhora substancial de saúde e evita os acidentes, que alcançam uma em três pessoas acima dos 65 anos, de acordo com o Into. “Trinta minutos de exercícios por dia melhoram a força muscular, o equilíbrio, e previnem a osteoporose. Tudo relacionado às quedas”, afirma o professor.
Fazer atividades físicas também é importante para o estado psicológico. Grupos de prática de exercícios promovem melhora na autoestima e auxiliam na socialização do idoso. Porém, as artes marciais têm sua vantagem sobre os demais esportes. “A tradição oriental, a origem das lutas, valoriza os mais velhos, sua sabedoria. Isso garante ainda mais bem-estar ao idoso”, diz.
Sedentarismo é arriscado
Se realizar exercícios físicos com frequência evita as temidas quedas entre os idosos, o sedentarismo, por outro lado, está associado a uma série de doenças graves. Segundo o professor Eduardo Hebling, não praticar atividades aeróbicas é fator de risco para hipertensão, infarto e diabetes, entre outros males.
“O sedentarismo está relacionado em 12% das mortes nos Estados Unidos e esse índice pode ser projetado para o Brasil também”, diz o especialista da Unicamp. O pesquisador também lembra que a obesidade, muitas vezes decorrência da falta de exercícios, agrava efeitos adversos das quedas. “Uma fratura mais severa, por exemplo, pode conduzir a um quadro de incapacidade do idoso”, afirma.