Rio - Fazer a segurança do Papa Francisco não significa exatamente estar perto do religioso. Pelo menos para integrantes das forças de defesa e segurança que estarão no Centro de Coordenação de Defesa de Área, no Comando Militar do Leste (CML), durante a Jornada Mundial da Juventude.
Graças à tecnologia, eles vão acompanhar por telões cada passo do Pontífice, além dos lugares por onde ele e os peregrinos passarão, mesmo a quilômetros de distância.
Em Copacabana e Guaratiba, onde haverá megaeventos com a presença do Papa, a atenção será redobrada. As imagens chegarão à sala no CML por câmeras da prefeitura, helicópteros e veículos aéreos não tripulados (Vants). Através de um programa de computador, também é possível saber a localização das equipes na rua, e se elas estão em movimento ou paradas.
“O comando pode acompanhar em tempo real e, se necessário, tomar decisões rápidas. A tecnologia é muito importante para que o evento ocorra com segurança”, explicou o major José Euclides Oliveira de Araújo, responsável pelo centro. Nos mesmos moldes, mas em escala menor, haverá dois centros em Guaratiba, onde foram instaladas 50 câmeras no local da missa e no entorno.
Do grupo que atua no CML, há integrantes das polícias Civil, Militar e Federal, Forças Armadas, do Corpo de Bombeiros, da Guarda Municipal e da Força Nacional de Segurança. Eles se reúnem duas vezes por dia e trocam informações por e-mail. Para evitar invasão de hackers, a internet não pode ser acessada da sala de monitoramento. E a rede está sendo vigiada pelo Centro de Defesa Cibernética de Brasília.
Antenado com a tecnologia, o Papa Francisco enviou mensagem ontem aos peregrinos através do Twitter: “Jovens amigos, tantos de vocês já chegaram ao Rio e muitos outros estão chegando nestas horas. Faltam apenas três dias para nos vermos”.
A partir de segunda-feira, os policiais do Batalhão de Choque estarão nas ruas com uma proteção a mais: as viaturas vão ganhar telas de proteção nas janelas, para evitar que os militares sejam feridos, caso ocorram manifestações durante a visita do Papa. Os carros do batalhão foram enviados para São Paulo para que uma empresa de segurança faça a adaptação.
Faixa de mar interditada para possíveis emergências
Apesar de afirmar que este não será o campo de atuação da Marinha, o capitão de mar e guerra, fuzileiro naval e comandante de Operações Especiais na Jornada, Rogério Lage, disse que, se acionada pela Presidência da República, a Marinha poderá intervir em atos.
O monitoramento de Angra dos Reis até o Centro do Rio será intensificado e uma faixa de mar em Copacabana será interditada quando o Papa Francisco estiver no bairro para facilitar deslocamentos de emergência do Pontífice. As informações são do comandante do navio Navio-Patrulha Macaé, Marcel Parreiras. Ao todo, 3.300 militares atuarão no evento.
A Marinha treinou nesta sexta-feira ações especiais para a JMJ, no Complexo Naval da Ilha e no Navio-Patrulha Macaé. O aparato testou 150 militares na retomada de instalações, resgate de reféns e controle de trânsito. Houve simulações de atentado com bombas de reação química e cães, descontaminação de ferido, retomada de navio e resgate de reféns.
Em terra, o Corpo de Fuzileiros Navais atuará como força de contingência em pontos estratégicos e fará ações de segurança no Campus Fidei, em Guaratiba, onde terá poder de polícia.
Medalha do Papa em promoção
A Casa da Moeda reduziu o preço das medalhas em homenagem à visita do Papa. A tiragem é de 10 mil unidades. A de bronze teve o preço reduzido de R$ 75 para R$ 45 e a de prata baixou de R$ 285 para R$ 230. Já a de ouro só será produzida sob encomenda.
O preço pode ser consultado pelo e-mail ‘medalha@cmb.gov.br’. As peças têm 50 milímetros de diâmetro e trazem de um lado a imagem do Papa e de outro, a Catedral do Rio e a Basílica de Aparecida. Elas serão lançadas terça-feira, às 9h, no Cristo Redentor.
Malária e diarreia afetam peregrinos
Pelo menos quatro peregrinos que chegaram ao Rio nos últimos dias para a Jornada estavam infectados por algum tipo de doença. Na mais grave delas, um turista africano que está hospedado em Nova Iguaçu foi diagnosticado com malária.
Ele foi levado ao Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz, no dia 17, quando o exame deu positivo, e foi liberado. Não há risco de contágio. De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância e Saúde do Trabalhador, Guilherme Franco, do Ministério da Saúde, o morador da Guiné chegou ao Rio no dia 10, já com sintomas da doença.
Foi submetido ao tratamento sete dias depois, sem necessidade de internação. Segundo ele, a atenção está voltada a epidemias globais, como gripe aviária, influenza e sarampo. Outros três turistas colombianos tiveram diarreia leve, que pode ter sido causada por intoxicação alimentar.
Nesta sexta, fiscais da Prefeitura fizeram a Operação Táxi Legal, no Corcovado e na Urca, para verificar as condições dos veículos. Os próximos alvos serão os carros dos aeroportos e da rodoviária. Operações nas rodovias fiscalizaram 1.347 veículos, destes 440 foram multados e 60, impedidos de seguir viagem.