Rio - Se a Jornada Mundial da Juventude no Rio fosse um teste escolar, a cidade passaria raspando com média 6,25. Equipe do DIA foi ao encontro de peregrinos estrangeiros durante a semana para fazer um balanço sobre serviços públicos. Quatro matérias foram avaliadas: conservação, preço, segurança e transporte. O valor das bebidas e das entradas dos pontos turísticos foram reprovados por unanimidade com nota 4. Já o policiamento nas ruas — no topo do ranking — alcançou média 8.
Em penúltimo lugar e com uma lista de reclamações, o transporte público quase foi reprovado. A nota 6 foi resultado de uma divisão de opiniões: enquanto o metrô, com sua rapidez, foi aprovado, os ônibus, pela lotação principalmente, foram execrados. “Não tem conforto nem em pé. Além disso, os ônibus demoram a passar no ponto e os motoristas não param onde tem a placa”, lamenta o voluntário americano Tom Forks, de 21 anos. Na última quinta-feira, ele esperou 40 minutos por um ônibus do Centro para Curicica, onde está hospedado.
As reclamações em relação aos transportes, no entanto, não conseguiram superar a indignação com os altos preços. Do ingresso para o Cristo Redentor até a água mineral, turistas concluíram que vir ao Rio é muito caro.
“Na Jornada em Madri, eu comprei 2 litros de água mineral por R$ 3 e aqui, o valor equivale a 500ml somente”, reclama o peruano Danny Garrido, de 26 anos, que, para ir ao Cristo de van, desembolsou R$ 47. “É outro absurdo. A van não aceita carteira de estudante e a compra pela internet, que é um pouco mais barata, nunca tem horário disponível”, critica.
No lema do ‘está bom mas pode melhorar’, a conservação das ruas foi aprovada com nota 7. Para a mexicana Maria Mitre, de 25 anos, os cariocas poderiam ajudar mais na limpeza. “É difícil manter as ruas limpas quando há moradores jogando lixo no chão”, conclui.
Participantes do evento acreditam que protestos podem atrapalhar
As manifestações que estão acontecendo na cidade também foram analisadas pelos turistas. Dos 35 entrevistados, 21 acreditam que os protestos podem atrapalhar a Jornada.
“O quebra-quebra no fim é assustador. Imagina se tiver manifestação em Copacabana durante a missa e quebrarem tudo? Acho que a população poderia dar uma pausa durante o evento”, analisa o voluntário italiano, Giacomo Bizzarri, de 24 anos.
Das opiniões a favor dos protestos nos dias da Jornada, a justificativa é simples: visibilidade. “Acho que os cariocas têm o direito de aproveitar a divulgação do evento para mostrar suas indignações”, acredita a equatoriana Marina Cartenas, de 23 anos.
Sobre a percepção do Papa em relação aos protestos, a maioria (75%) acha que o Pontífice vai apoiar. “Ele é do povo e se tem povo na rua lutando por um país e um mundo melhor, ele vai aceitar”, conclui a francesa Angéline Avit, de 21 anos.
Para dar conta da segurança dos peregrinos e até dos protestos que vierem, o policiamento na cidade foi aprovado com nota 8.“Estou me sentindo bem seguro aqui. Vi muitos policiais e guardas andando nas ruas”, avalia o argentino Juanez Belito, de 29 anos.
As notas dos turistas
Conservação - 7
Segurança - 8
Transporte - 6
Preços - 4