Por cadu.bruno

Rio - Os fiéis vão ganhar um espaço exclusivo para peregrinação da Central do Brasil até Copacabana. O prefeito Eduardo Paes revelou nesta sexta-feira que um corredor especial vai ser aberto para a vigília que será realizada no local no sábado, em substituição ao evento que aconteceria em Guaratiba.

"A peregrinação faz parte do ritual da vigília. O peregrino que vier pela Central do Brasil terá um corredor pelo Parque do Flamengo até Copacabana", disse o prefeito, à rádio CBN.

Paes admitiu que organização deixou a desejarPaulo Alvadia / Agência O Dia

O político admitiu que a parte da organização que coube à prefeitura na JMJ deixou a desejar. "Se você me perguntar a nota da organização da Jornada, eu diria que estamos mais próximo de zero do que de dez. Eu trabalho para a perfeição, mas quando isso não acontece, eu não fico culpando ninguém e não fujo das responsabilidades. Joguem na minha conta os problemas, mas não vamos esculhambar nossa cidade. A organização não está bem, mas dou nota dez para a Jornada, para o Papa e para a população".


Eduardo Paes ressaltou ainda que será montada estrutura para levar os fiéis da Zona Oeste até a Zona Sul. De acordo com ele, haverá mais ônibus em direção saindo do Terminal Alvorada, parada final do BRT Transoeste. O prefeito também disse novamente que não houve gasto de dinheiro público na montagem do Campus Fidei, em Guaratiba. "Não sei quanto a igreja gastou mas imagino que tenha sido muito", afirmou.

Zona Oeste chora e Copacabana se revolta com mudança

A mudança repentina da programação dos últimos eventos da Jornada dividiu opiniões de moradores e comerciantes na Princesinha do Mar. “É prisão domiciliar. Não posso pegar ônibus, metrô, táxi. Se sair de carro, não posso voltar. Moro no Corte do Cantagalo, mas a estação do metrô que é próxima daqui está fechada. Acabei de saber que o evento se estenderá até domingo. Quer dizer que ficarei preso em casa quatro dias?!”, irritou-se o economista Márcio Mansur, 26 anos.

Opinião de peregrinos está dividida. Quem se hospeda na Zona Oeste reclama maisAlexandre Brum / Agência O Dia

Outros moradores se queixam do lixo espalhado e barulho nas ruas do bairro durante o evento, dos ônibus cheios e com passageiros fazendo bagunça nos arredores, entre outros problemas. Há quem não se incomode com a situação. O comerciante Carlos Alberto Pinto, 56, é um dos que veem a questão por outro prisma. “Não há empecilho algum. É um clima de animação”, contou Carlos, muito bem-humorado.

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Ruim para moradores que buscam tranquilidade. Bom para o comércio no bairro. A maioria dos comerciantes comemorou a transferência do evento. “Recebemos a notícia com muita alegria, porque estamos bem abastecidos até domingo”, afirmou Eduardo de Souza, gerente da Pizzaria Estalos, na Rua Xavier da Silveira.

Com a chuva, área destinada ao público no Campus Fidei ficou cheia de lamaUanderson Fernandes / Agência O Dia

O responsável pela Adega Cesare, na Rua Joaquim Nabuco, também gostou. “Como só recebemos mercadoria até sexta-feira, estamos abastecidos. A Jornada se estender em Copa até domingo foi muito bom para nós”, avaliou Francisco Araújo.

Adriano Laurentino, da Padaria Atlântica, na Rua Viveiros de Castro, está apreensivo. “Conversei com outros comerciantes da área sobre isso. Acho que irá faltar comida. A gente não estava preparado para quatro dias de Jornada”, acentuou.

Guaratiba amarga prejuízos e frustração

A mudança de local provocou frustração e prejuízos aos moradores e comerciantes da Zona Oeste, que se preparavam para vender produtos e prestar serviços aos peregrinos que lotariam o bairro neste fim de semana. Vários deles investiram em alimentos e em cômodos especialmente para hospedar peregrinos.

“Todo mundo já tinha se preparado para o grande evento há meses e foi pego de surpresa. O movimento já caiu, o comércio tá todo parado por aqui”, lamentou Leandro Costa, que trabalha como entregador em uma farmácia próximo à região.

Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes, desde o início da semana as chuvas deixaram o local inviável para a realização dos eventos, podendo, inclusive, ser um risco à saúde dos participantes da Jornada.




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