Por thiago.antunes

Rio - Mesmo com todo o aparato policial, que conta com mais de 7 mil homens, fiéis que vieram de longe reclamaram de ter sido assaltados na Praia de Copacabana, onde o Papa Francisco participa da Via Sacra entre jovens, na Jornada Mundial da Juventude. Um grupo de 10 pessoas relatou que estava em frente ao hotel Copacabana Palace por volta das 16h30, tirando fotos, quando foram atacados por bandidos.

Pelo menos duas das vítimas se disseram indignadas e acabaram voltando para seus alojamentos na Zona Oeste sem ver o Papa. Gabriel Bilato e Eduardo de Mello, ambos de 16 anos, perderam seus celulares em frente ao hotel. Eles vieram de Taiuva, em São Paulo, e pretendiam acompanhar a Via Sacra.

Grupo foi assaltado por bandidos em frente ao Copacabana PalaceFrancisco Edson Alves / Agência O Dia

"Estou muito decepcionado. Principalmente porque o celular que me levaram pertencia à minha mãe, Cláudia, que morreu de câncer há sete meses. Não nos resta mais nada a não ser voltar para nossas casas e dormir", disse Eduardo.

Ativista: 'Queremos que o Papa veja o que está acontecendo na cidade'

Cerca de 300 pessoas fazem protesto em Copacabana, que segue pela Avenida Princesa Isabel em direção à praia. Comerciantes da Rua Barata Ribeiro, por onde os ativistas já passaram, fecharam as portas às pressas. O clima ainda é de tranquilidade. A PM informou que adotará a mesma tática desta quinta-feira, quando policiais acompanharam o ato no meio da multidão.

Não houve tumulto até agora. O grupo protesta contra o governador Sérgio Cabral. Muitos PMs estão misturados aos ativistas, bem como peregrinos. A Estação Cardeal Arcoverde chegou a ficar obstruída devido à grande aglomeração de manifestantes em frente à entrada principal, mas o local ainda está liberado.

O estudante de design gráfico Anderson Bonfim, 21 anos, que faz parte do grupo de ativistas Anonymous Rio, disse que o protesto desta sexta-feira na Praia de Copacabana pretende alertar o Pontífice sobre os problemas da cidade. A manifestação está sendo chamada de "Papa, olha como somos tratados".

Fiéis ficam eufóricos durante a passagem do Papa Francisco em CopacabanaReuters

"Queremos que o Papa veja o que está acontecendo na nossa cidade. O protesto tem tudo para crescer até o fim do dia. Por conta do difícil acesso ao bairro, é cedo pra dizer que tem pouca gente por aqui", comentou o estudante.

Socorristas voluntários estão de plantão nas ruas do entorno. Devidamente identificados com aventais e luvas de borracha, 25 deles permanecem de prontidão. Leandro Castro, 21 anos, se formou em enfermagem e trabalha como cantor. Ele afirmou que atuou em todas as manifestações e contou o pior momento delas:

"Quando aquele rapaz tomou um tiro no tornozelo, na Tijuca, durante a final da Copa das Confederações", revelou.

PMs identificados com letras e números nos coletes e bonés, também presentes no ato desta quinta-feira, quando andaram junto com a multidão para evitar conflitos, já estão no local.

Papa surpreende e cumprimenta fiéis

O Papa Francisco surpreendeu os fiéis novamente, na noite desta sexta-feira, ao descer do Papamóvel diversas vezes para cumprimentar os peregrinos que o esperavam na Praia de Copacabana, onde o Sumo Pontífice realizará a Via Sacra com os católicos. Mais de um milhão de pessoas são esperadas para a celebração de fé.


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