Por thiago.antunes

Rio - Parece que a diplomacia e o espírito cristão suplantaram qualquer divergência política entre a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e o Papa Francisco. Mesmo tendo ensaiado um acordo de paz, em março, os ‘hermanos’ mostraram, na manhã deste domingo, após a Missa de Envio do Santo Padre, que deixaram definitivamente conflitos políticos para trás. Eles trocarem palavras dóceis e até presentes. O presidente da Bolívia, Evo Morales, também assistiu à cerimônia de encerramento da JMJ e foi só elogios ao líder religioso.

O Santo Padre entregou à Kirchner sapatinhos para o seu neto, Néstor Iván, que nasceu no último dia 15: “Veja o presente que o Papa deu para Néstor. Ele também abençoou meus rosários”, disse a presidenta argentina, que assistiu à cerimônia ao lado da presidenta Dilma Rousseff.

Dilma Rousseff%2C o vice-presidente do Uruguai Danilo Astori%2C Papa Francisco e a presidenta da Argentina%2C Cristina KirchnerReuters

Já Evo Morales enalteceu o fato do papa ser latino-americano e com “espírito revolucionário”. “O Papa Francisco disse que para ser cristão deve-se ser revolucionário e eu sou revolucionário”, declarou o presidente boliviano, que ainda agradeçou ao convite de Dilma Rousseff.

O presidente do Uruguai, José Mujica, que já havia declarado em outras ocasiões que não é católico e que o Estado é laico, não compareceu. Seu vice Danilo Astori, adepto da religião, foi ao evento. Segundo o próprio Mujica, a presença de Astori é mais apropriada, tendo em vista "que estes eventos são encontros de fé".

Paz entre Kirchner e Papa

No dia 18 de março, o pontífice recebeu Kirchner no Vaticano. A data marcou um novo período entre os conterrâneos, depois de ele recebê-la como primeira chefe de estado, após sua eleição, e também de lhe dar um beijo na testa.

As divergências entre eles se deram quando o Papa Francisco (Jorge Bergoglio) era arcebispo de Buenos Aires e fazia críticas veladas ao governo de Néstor Kirchner (morto em 2010), então marido de Cristina e presidente da Argentina. Bergoglio falava das mazelas e criminalidade no país. Néstor ainda o chamava de líder da oposição

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