Rio - O arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta falou sobre a polêmica envolvendo Guaratiba, que teve suas atividades canceladas durante a Jornada Mundial da Juventude devido ao forte temporal que atingiu a cidade e deixou o Campus Fidei coberto por lama.
"Deus sabe o que faz. O evento centralizado em Copacabana chamou a atenção das pessoas para as necessidades de melhorias naquela região".
O arcebispo também informou, durante entrevista para o RJTV, que a escolha da Favela de Varginha, em Manguinhos foi indicada pela Polícia Federal, que apontou a região como a mais tranquila de todas as comunidades pacificadas do Rio.
Dom Orani comentou o trabalho realizado nas pastorais, que foi enfatizado pelo Papa Francisco como um trabalho atrasado. "Devemos realizar um trabalho de evangelização nas pastorais".
O arcebispo disse que os três milhões que participaram da Jornada superaram qualquer expectativa de público. "Os peregrinos ficaram felizes, o poder público contribuiu com os serviços e o carioca soube acolher a todos muito bem", concluiu.
Nesta segunda, peregrinos fizeram fila para visitar o Cristo Redentor. Aeroportos e a Rodoviária Novo Rio registraram filas e grande movimento de passageiros.
'Se uma pessoa é gay e busca Deus, quem sou eu para julgá-la', diz Papa
O Papa Francisco disse, numa das mais misericordiosas declarações já feitas por qualquer pontífice sobre os homossexuais, que eles não devem ser julgados nem marginalizados, e que devem ser integrados à sociedade. No entanto, reiterou o ensinamento da Igreja de que 'atos homossexuais são pecaminosos'.
Em uma abrangente conversa de 80 minutos com jornalistas no avião que o levou de volta a Roma depois de uma semana no Brasil, Francisco disse também que o veto à ordenação de mulheres no clero é definitivo, mas que ele gostaria que elas assumissem papéis de maior liderança na administração e nas atividades pastorais.
O Papa, na primeira entrevista coletiva desde sua eleição, em março, defendeu os gays contra a discriminação, mas repetiu o catecismo universal da Igreja Católica, segundo o qual a orientação homossexual não é pecado, mas os atos homossexuais são.
"Se uma pessoa é gay e busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", disse o papa. "O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso (orientação sexual), e sim que devem ser integrados à sociedade", afirmou ele, em italiano.
"O problema não é ter essa orientação. Precisamos ser irmãos. O problema é o lobby por essa orientação, ou lobbies de pessoas ambiciosas, lobbies políticos, lobbies maçônicos, tantos lobbies. Esse é o pior problema", afirmou.
Francisco estava respondendo a uma pergunta sobre um suposto "lobby gay" no Vaticano. "Você vê muita coisa escrita sobre o lobby gay. Ainda não vi ninguém no Vaticano com uma carteira de identidade se dizendo gay", brincou.
Sobre a questão da ordenação de mulheres, ele disse: "A Igreja falou e diz ‘não' (...), essa porta está fechada". Foi a primeira vez que Francisco falou publicamente sobre o tema. "Não podemos limitar o papel das mulheres na Igreja ao de coroinha ou de presidente de uma entidade beneficente, deve haver mais", disse ele, respondendo a uma pergunta durante uma conversa notavelmente franca com os jornalistas.