Por juliana.stefanelli

Cairo (Egito) - Pelo menos três manifestantes foram mortos a tiros do lado de fora do quartel da Guarda Republicana no Cairo onde o presidente egípcio deposto Mohamed Mursi está sendo mantido, disseram fontes de segurança.

As fontes disseram que forças de segurança abriram fogo, mas um porta-voz do Exército afirmou que as tropas haviam disparado apenas balas de festim e gás lacrimogêneo. Um jornalista da Reuters viu manifestantes atingidos por balas de espingarda.

Não estava claro se outras forças além do Exército estavam presentes.

Centenas de partidários da Irmandade Muçulmana, de Mursi, marcharam em direção ao quartel, no subúrbio do Cairo, e se reuniram em frente ao complexo. Um jornalista da Reuters ouviu disparos e viu pelo menos oito pessoas feridas entre os manifestantes.

Confusão do lado de fora do quartel onde Mursi está detidoReuters

Ele também observou centenas de manifestantes se aproximando do cordão militar. Um grupo de homens caminhou para uma barreira de arame farpado para pendurar um cartaz de Mursi. Um soldado removeu e rasgou o papel.

A multidão gritou palavrões para os soldados, alguns manifestantes acenaram com sapatos em um gesto tradicional de insulto.

Uma hora depois, centenas de manifestantes ainda estavam nas proximidades, alguns rezando. Alguns exibiam cartazes de Mursi, que foi deposto pelas Forças Armadas na quarta-feira depois de protestos populares contra ele.

Manifestante ferido durante confrontoReuters

Milhares de partidários de Mursi protestaram em várias cidades do país no que a Irmandade Muçulmana chamou de "Sexta-Feira da Ira" contra o que descreveu como um golpe militar que derrubou o primeiro presidente eleito do Egito um ano após ele assumir o cargo.

Em Alexandria e Assiut, islâmicos tomaram as ruas para protestar contra a deposição de Mursi pelo Exército e rejeitar um governo interino apoiado pelos liberais.

Na cidade de Ismailia, na região de Suez, soldados atiraram para o alto quando apoiadores de Mursi tentaram invadir o gabinete do governador. Os islâmicos se retiraram e não houve vítimas, segundo fontes de segurança.

Em Damanhour, capital da província de Beheira, no Delta do Nilo, 21 pessoas ficaram feridas na violência entre facções.

As informações são da Reuters

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