Por bferreira

Rio - Lançado na semana passada pela presidenta Dilma Rousseff para melhorar o atendimento na rede pública de saúde, como resposta aos protestos das ruas, o programa ‘Mais Médicos’ teve 11.700 inscritos, segundo balanço divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O projeto, criticado pelo sindicato da categoria, tem o objetivo de atrair médicos para locais no interior do país e para as periferias das grandes cidades.

Os selecionados vão receber uma bolsa federal de R$ 10 mil. Além de médicos brasileiros, que terão prioridade no preenchimento das vagas, também houve a inscrição de estrangeiros. A previsão é que até 18 de setembro todos os profissionais do ‘Mais Médicos’ estejam atuando no país. Os médicos estrangeiros e os brasileiros que se formaram no exterior não precisarão fazer a revalidação do diploma.

A medida provisória também institui a abertura de 11.447 vagas em faculdades de Medicina até 2017. A partir de 2015, aumenta em dois anos a grade curricular das faculdades públicas e particulares de medicina, com formação voltada à atenção básica (1º ano) e setores de urgência e emergência (2º ano).

Os médicos espanhóis, um dos grupos tratados pelo governo federal como prioritários entre os estrangeiros que devem atuar no Brasil, estão aptos a trabalhar no país, na avaliação de Fernando Rivas, dirigente responsável pela área de promoção de emprego da Organização Médica Colegial (OMC), órgão máximo de representação desses profissionais na Espanha.

No caso dos estrangeiros, será obrigatório que eles participem de um curso de três semanas, em uma universidade federal que tenha aderido ao programa. Eles terão as capacidades técnica e de comunicação avaliadas por professores. Sendo aprovado, serão inscritos no Conselho Regional de Medicina do estado em que vão trabalhar.

No dia 26, será publicada relação de vagas existentes nas cidades brasileiras.

Sindicato vai às ruas contra programa

Contrário ao programa, o Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro promete continuar com manifestações pelo Brasil. Entidade fará audiência pública com parlamentares e distribuirá material didático nos consultórios para ser repassado às pessoas.

O presidente do sindicato, Jorge Darze, diz que as ações do programa são contrárias à legislação. “É uma medida para atender interesses do governo”, destacou. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que a contratação de estrangeiros não vai eliminar trabalhos de profissionais brasileiros. “A chamada nacional tem o objetivo de oferecer oportunidade de irem para o interior. Caso não existam médicos suficientes, chamaremos de outros países”, afirmou.

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