Por julia.amin

Washington (EUA) - O governo dos Estados Unidos avançou nesta terça-feira no objetivo de fornecer armas à oposição síria, que havia sido anunciado em junho, graças à aprovação do Congresso, que venceu as reservas iniciais a respeito.

A expectativa é de que essa ajuda inclua armas leves, munição e, possivelmente, também armas antitanque, mas o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, recusou entrar em detalhes. "Não vou catalogar ou detalhar toda a ajuda que estamos oferecendo à oposição síria. Mas proporcionamos assistência à oposição e ao Conselho Militar sírio e vamos continuar", disse.

Pelo menos 93.000 pessoas morreram na Síria desde o início do conflito, em março de 2011, segundo dados das Nações Unidas. E o Observatório Sírio de Direitos Humanos já aumentou a expectativa para mais de 100.000 mortos. O presidente dos EUA, Barack Obama, "se comprometeu a aumentar gradualmente essa assistência até quando for necessário pelas circunstâncias que encontrarmos e pela necessidade de fortalecer e unir ainda a mais a oposição", acrescentou.

Segundo Carney, o presidente Bashar Al Assad "nunca controlará a Síria de novo", e a ajuda militar aos rebeldes tem como propósito "reforçar sua coesão" e "melhorar as circunstâncias" para lidar com o "ataque" que estão sofrendo as forças do regime. A aprovação do Congresso, votada na semana passada em sessões fechadas, representam que Obama já pode autorizar a CIA a ativar o plano de ajuda militar aos rebeldes, que estava paralisado após ter sido anunciado pela Casa Branca em junho.

Alguns legisladores, entre eles o senador e ex-candidato presidencial republicano John McCain, criticaram esse plano por considerá-lo insuficiente e pediram apoio aéreo americano para os rebeldes. Em carta dirigida ao Senado e divulgada hoje, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Martin Dempsey, argumentou que uma intervenção militar dos Estados Unidos na Síria custaria US$ 1 bilhão mensais e poria em risco outras áreas da segurança nacional. Dempsey analisou cinco opções diferentes para uma intervenção dos EUA, desde a instrução militar aos rebeldes à assessoria e ajuda, o recurso a ataques limitados, a imposição de zonas de proibição de voo, o estabelecimento de zonas de separação e o controle de armas químicas.

Todas "ajudariam a oposição pondo mais pressão sobre o regime", escreveu Dempsey. O senador McCain criticou a carta do general ao afirmar que a pergunta do que é preciso questionar é se a situação atual na Síria é "aceitável" e, segundo sua opinião, "obviamente não o é". Já o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se reuniu hoje em Washington com líderes de agências da ONU e de outros organismos internacionais para abordar os esforços para tentar "aliviar a crise humanitária" na Síria.

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